Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
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sexta-feira, 27 de março de 2015

Frases budistas que podem ajudar você.

As ideias budistas são interessantes. Há que se ter o cuidado de não transformá-las em acomodação. Um dos conceitos de seus seguidores vai na contramão do capitalismo. Se for seguido, adeus tecnologia e avanços da riqueza. Mas no geral, os conceitos servem pelo menos para nos sacudir do marasmo que vivemos.

Muitos de nós costumamos nos referir ao budismo mais como uma filosofia de vida do que como uma religião. O budismo é uma das religiões mais antigas que existem, e ainda é praticada por cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo. 

Qual é o segredo desta filosofia?


A simplicidade de como são transmitidas mensagens cheias de sabedoria, que permitem realmente melhorar nossa qualidade de vida, é o que faz com que essa filosofia ou religião perdure ao longo do tempo e continue ganhando seguidores.
Para entendê-la e abraçar seu verdadeiro significado, não precisamos nos tornar seguidores da religião. Somente precisamos abrir nosso coração e nossa mente, mantendo sempre a esperança.
Hoje apresentamos a vocês as melhores frases budistas que vão mudar a sua vida:

- A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.

Levando em consideração que as pessoas só podem nos machucar se souberem ao que damos importância, evitar o sofrimento inútil pode consistir, simplesmente, em dar um passo para trás, em se desligar emocionalmente e ver as coisas sob outra perspectiva.
Isso requer prática e tempo, mas vale a pena carregar consigo este grande aprendizado. Como guia, outra frase budista nos dá uma pista de como começar:“Tudo o que somos é resultado do que pensamos; está baseado em nossos pensamentos e está feito deles”.

- Alegre-se porque todo lugar é aqui e todo momento é agora.

Costumamos pensar apenas no passado ou estar excessivamente preocupados com o futuro. Isso nos impede de viver o momento e faz com que nossas vidas passem sem que tenhamos consciência disso. O budismo nos mostra oaqui e o agora. Portanto, devemos aprender a estar plenamente presentes e desfrutar cada momento como se fosse o último.

- Cuide de seu exterior tanto quanto cuida de seu interior, pois tudo é um só.

Para encontrar um verdadeiro estado de bem estar, é imprescindível que a mente e o corpo estejam em equilíbrio. Não nos concentrar muito no aspecto físico e, reciprocamente, no aspecto interior, nos ajudará a nos sentir mais plenos e conscientes do aqui e do agora, facilitando, assim, uma plenitude emocional mais valiosa.

- Vale mais a pena usar chinelos do que cobrir o mundo com tapetes.

Para encontrar nossa paz interior, precisamos ser conscientes dos nossos potenciais pessoais e aprender a dosá-los, assim como nossos recursos. Desta forma, viveremos um verdadeiro crescimento e evolução.

- Não machuque os outros com o que te causa dor.

Essa frase é uma das máximas do budismo, e nos permite eliminar quase todas as leis e mandamentos morais atuais em nossa sociedade. Tendo um significado parecido com o da frase “não faça com os demais o que não gostaria que fizessem com você”, esta quinta reflexão vai muito além, já que consiste em um profundo conhecimento de nós mesmos e numa grande empatia para e com os demais.

- Não é mais rico aquele que mais tem, senão aquele que menos necessita.

Nosso desejo de ter sempre mais, tanto no plano material, como no emocional, é a principal fonte de todas as nossas preocupações e desesperanças. A máxima do budismo se baseia em aprender a viver com pouco e aceitar tudo aquilo que a vida nos dá no momento. Isso nos proporcionará uma vida mais equilibrada, reduzindo o estresse e muitas tensões internas.
O fato de desejar mais coisas a todo o tempo indica somente falta de segurança, e mostra que nos sentimos sós e que precisamos preencher estes vazios. Sentirmo-nos a vontade com nós mesmos nos permite deixar para trás a necessidade de não ter que demonstrar nada.

- Para entender tudo, é preciso esquecer tudo.

Estamos, desde pequenos, imersos numa contínua aprendizagem. Na infância, nosso mapa mental ainda não está desenhado, o que nos faz sermos abertos a “tudo” e à capacidade de entender qualquer coisa, pois não sabemos julgar.
Mas a medida em que crescemos, nossa mente se enche de restrições e normas sociais que nos dizem como devemos ser, como devem ser as coisas, e como devemos nos comportar, inclusive o que devemos pensar. Nos tornamos inconscientes de nós mesmos, então nos perdemos.
Para mudar e ver as coisas sob uma perspectiva mais saudável para nós, precisamos aprender a nos desligar das crenças, dos hábitos e das ideias que não provêm do nosso coração. Para isso, esta frase budista servirá para começar o processo: “No céu não há distinção entre leste e oeste, são as pessoas quem criam essas distinções em sua mente e então acreditam ser a verdade”.

terça-feira, 24 de março de 2015

Como seu estilo de vida pode levar você à depressão.

Sem querer colocar a culpa no próprio deprimido, penso que muitas atitudes do ser humano podem "facilitar" a depressão que se instala na psiquê. Pensando assim, quando li este texto, decidi colocar no blog. Acredito piamente na importância da responsabilidade individual no destino de nossa própria vida. Não podemos fugir desta responsabilidade jogando culpa no capitalismo, no governo, na situação financeira, no "amor" que nos abandonou, na religião, na violência e outras mazelas da sociedade. 

Não sei o nome da autora do artigo.

"Muitos de meus clientes me procuram dizendo que há “algo errado” com eles. Eles acreditam que são fundamentalmente falhos, ou que estão na sua última tentativa de darem certo na vida e, muitas vezes com planos de acabar com ela caso as coisas deem errado. No entanto, na maioria das vezes, a raiz da depressão não é um desequilíbrio bioquímico ou uma herança genética. Pelo contrário, é um resultado de um ou mais dos seguintes fatores:

1. Isolamento

Como comprova a maioria das pesquisas, a conexão social é uma das maneiras mais eficazes para prevenir e curar a depressão. No entanto, o problema é que os depressivos, muitas vezes, não são as pessoas mais divertidas para se ter como companhia, por uma condição própria do seu estado, o que os leva de volta ao isolamento. Junte-se a um grupo de apoio ou ligue para um velho amigo.
(Isolamento é um dos motivos da neurose, de acordo com a Psicologia Existencial. É preciso encará-lo e saber como lidar).

2. Tristeza

Você já passou por uma separação, perdeu um emprego ou experimentou a perda de um membro da família? Todas estas situações são cheias de tristeza. Se você experimentou uma grande mudança ou perda no ano passado (ou mais, caso você tenha suprimido sua tristeza), é possível que a sua depressão esteja ligada a isso. A tristeza abre caminho para a depressão, por isso, se você passou a se sentir desmotivado, para baixo, irritado, desinteressado pelas coisas que você habitualmente desfrutava, incapaz de se concentrar e enfrentando distúrbios do sono e dieta; isso provavelmente está relacionado à sua adaptação à transição ou perda.

3. Privação de sono

Já reparou o quanto você fica mais frágil e letárgico depois de um sono ruim? A exaustão afeta o nosso estado de espírito, nossos níveis de energia e nosso funcionamento cognitivo. O problema é que a depressão também pode causar distúrbios do sono, fazendo com que ocorra um ciclo vicioso. Fale com o seu terapeuta sobre como fazer uma higiene do sono adequada, usando estratégias cognitivo-comportamentais para combater a insônia; e, se você acreditar que tenha um distúrbio do sono, considere consultar um especialista do sono. Alguns distúrbios do sono estão correlacionados com a depressão.

(Um psiquiatra amigo meu me advertiu: é preferível dormir com um remedinho do que não dormir de jeito nenhum.)

4. Falta de um sentido

Do ponto de vista existencial, precisamos de um sentido em nossas vidas para sermos felizes. De acordo com Viktor Frankl, podemos encontrar esse significado através do trabalho, relacionamentos (românticos e outros), ajudando os outros, com empreendimentos criativos (por exemplo, a escrita, a música, a arte / design), e com a espiritualidade, para citar alguns. Se você estiver em uma carreira que você despreza, ou se sente “perdido” na vida, a depressão será uma forma de lhe dizer que a maneira como você está vivendo sua vida não se alinha com os seus valores e desejos. Leve-a como um sinal positivo de que a mudança precisa acontecer e considere como sua vida seria se você se sentisse realizado em algumas (ou todas) as áreas acima mencionadas.
(De novo a Psicologia Existencial vai nos alertar para este grande risco: a falta de sentido da vida, ou da existência. Fale a verdade: a vida tem sentido? Mas se você não conseguir um sentido para ela, depressão ou outros doenças vão aparecer.)

5. Excesso de auto-crítica

Imagine o quão inútil você se sentiria se tivesse um amigo, companheiro ou pai verbalmente abusivo ao seu lado em todos os momentos. Bem, é assim que é para muitas pessoas altamente auto-críticas. Preste atenção à sua voz interna. Qual é o seu teor? Se você achar que está dizendo coisas para si mesmo que nunca diria a um amigo, é hora de fazer uma mudança. Vários estudos têm demostrado que a aprendizagem de auto-compaixão pode ser uma intervenção eficaz no tratamento da depressão. A psicoterapia pode ser um lugar maravilhoso para aprender este hábito saudável.
(Gosto de dizer: não tenha compromisso com o êxito. Auto crítica pode significar "elevada auto-estima". Achar que é o melhor de todos. Vamos abaixar a bola um pouco? Menos, menos.)

6. Má alimentação

Mais e mais pesquisas estão sendo feitas nesta área e sugerem que a deficiência de alguns nutrientes e alergias alimentares estão ligadas à depressão. Por exemplo, alguns estudos mostraram que as vitaminas B e D estão negativamente correlacionadas com humor deprimido, enquanto o glúten está correlacionado positivamente (em pessoas que sofrem de intolerância). Cada indivíduo é diferente, mas fazer um exame de sangue e consultar uma nutricionista pode ajudar.

7. Estresse

Estudos têm demostrado que o stress crônico pode conduzir à depressão. Um pouco de stress é saudável, mas quando passa o limite do suportável, pode ser o fator responsável por uma depressão. Se você não pode cortar algumas responsabilidades, considere avaliar de onde as expectativas que você se sente pressionado a atender estão vindo (de alguém ou de você mesmo?) e veja como pode tirar um pouco dessa pressão. Permita-se reduzir as expectativas por desempenho, cometa erros, saia e peça ajuda. Em outras palavras, pare de tratar a si mesmo como uma máquina e permita-se ser um ser humano.
(Nunca mais fiquei estressado depois de minha aposentadoria)

8. Sempre trabalho e nenhuma diversão

Muitas pessoas têm a (falsa) impressão de que quando atingem a idade adulta, já não precisam ou merecem se divertir. Ou que só é permitido ter “diversão” depois que o trabalho esteja feito. Bem, dado o fato de que sempre haverá algo a mais para ser feito – uma outra conta para pagar, outro projeto para ser concluído, outra pilha de roupa para lavar – as chances são que você nunca encontre tempo para se divertir. Permita-se tirar algum tempo de sua programação diária para fazer algo que você goste. Poderia ser uma atividade ou um tempo na deitado no sofá assistindo TV, por exemplo.

9. Hormônios desequilibrados
Desequilíbrios ou deficiências nos níveis de estrógeno, progesterona e cortisol estão correlacionados com a depressão. Considere verificar estas áreas para garantir que a depressão que você está enfrentando não esteja relacionada com isso.

10. Não lidar com as emoções

Temos sentimentos primários e secundários. Sentimentos primários são,  por exemplo, tristeza ou raiva, ansiedade ou solidão. Sentimentos secundários são os que sentimos quando julgamos a nós mesmos por ter os sentimentos primários. Imagine que você esteja se sentindo deprimido e, em seguida, se critique por se sentir assim, dizendo para si mesmo que está apenas triste e precisa parar de se sentir deprimido. Agora você não está apenas se sentindo deprimido; você também está sentindo vergonha, pressão e frustração. Ao se permitir sentir os sentimentos que surgem (quaisquer que sejam) com compaixão e sem julgamento, você irá notar um peso enorme sendo tirado dos seus ombros.
(Recentemente fiquei irritadíssimo e bravo com certas situações. Aceitei primeiro o fato de ficar irritado. Depois, fui analisar o motivo que me levou àquela situação. Continuo irritado. Mas feliz. Cortei as relações.)

Fonte: MindBodyGreen traduzido e adaptado por Psiconlinews

sábado, 21 de março de 2015

Separação pode ser uma fase de grandes e boas descobertas.


Tenho visto muita gente se separando. Outros que estão se preparando para dar este passo. Um livro muito bom, que já indiquei aqui, é "A Arte de Separar-se", vale a  pena ser lido. O  texto de hoje foi escrito por uma jornalista e que coloca um aspecto novo muito curioso: o sexo.

Bell Kranz é jornalista com foco nas questões do cotidiano, nas relações pessoais e em qualidade de vida. Exerceu diferentes funções em TV, revistas e jornais.
Sua vida virou de ponta-cabeça com o fim de um casamentão de 25 anos, quando descobriu um universo totalmente novo, em que as pessoas despencam sem nenhum preparo. Descobriu, principalmente, que homens e mulheres não foram educados para a separação. (Blogueiro falando: em vez de enfatizar cursos para noivos, a Igreja Católica deveria promover cursos para a separação, principalmente agora em época de educação partilhada).
Saiu inteira dessa história,  e seu grande desejo é passar para a frente o que aprendeu e mergulhar nas questões desse movimento tão próprio destes tempos, o casar, descasar e recasar.

Não é bolinho! E isso não é novidade para quem já se separou. Encarar a vida sexual no momento pós-separação não é fácil, com dificuldades maiores ou menores conforme o estilão da pessoa, a duração do seu casamento e se ela desejava ou não terminar a relação. De toda maneira, os ganhos – em formas de descobertas e redescobertas ­– são garantidos!
Todos eles se resumem ao exercício da autonomia de um modo geral, que é resgatada na solteirice pós-casamento. Na vida conjugal, a autonomia existe, mas é relativa. Afinal, há um compromisso assumido com o outro. Agora, essa autonomia é exercitada e vivenciada à medida que você identifica o seu desejo, aceita e realiza. E isso vale para homens e mulheres.
A psicóloga e terapeuta sexual Ana Canosa e alguns praticantes ex-casados ­listam aqui uma seleção de conquistas dignas de animar quem está vivendo uma perda e que, cedo ou tarde, vai encarar essa boa dimensão da vida em novo e grande estilo.

EXERCÍCIO DA SEDUÇÃO
Com o tempo, a prática na vida conjugal vai ficando para escanteio, mesmo. Agora, descasado, não tem jeito, aquela sua companheira já não está mais do ladinho a seu dispor. Então, é hora de colocar em ação seus dons de seduzir – através da simpatia, do look, do olhar, do papo, do humor… Exercite a sedução e divirta-se!
VIVA A AUTOESTIMA
Enquanto se está casado, até é possível despertar a atração de um amigo do casal, do trabalho, da escola dos filhos ou da vizinha do prédio, mas é pouco provável que isso seja explícito e você talvez nunca venha a saber. Por essas e outras, voltar a se sentir desejado por outras pessoas é uma benção para a autoestima e, por tabela, para a confiança, a segurança e tudo de bom que pode resultar quando essa qualidade está inflada.

DESCOBRINDO OS INFERNINHOS
Pode ser uma balada, casa de suingue ou um bar bem animado! Não importa. Os inferninhos em questão são lugares mais erotizados do que as mesas de restaurantes, cinemas e teatros da cidade. Esses são programas ótimos sempre, mas curtidos à exaustão quando se está casado. Os novos solteiros descobrem outros locais de diversão, que acabam estimulando o erotismo de um modo geral.


SEGREDO DE SOLTEIRAS
Sair em busca de novas ou velhas amigas solteiras é um caminho natural de quem se separa – e aqui o tom é bem feminino. Fica-se mais aberta para falar sobre sexo e em detalhes. É nas rodas de papo com essa turma que a mulher separada, especialmente depois de um casamento mais longo, descobre novas questões, como a diversidade no formato dos relacionamentos, tipos de encontros amorosos, de práticas sexuais e afins.


NAMORAR COM A EX OU O EX
Arrepiou (de gozo ou de horror) lendo esse item? Calma. O assunto entrou aqui porque é com certa frequência que os terapeutas presenciam ex-casais voltando a namorar, vivenciando de um jeito novo a relação sexual, em que é preciso encantar de novo! Para muitos casais, esse é um ganho e tanto na vida sexual pós-separação.
Este ponto é o grande medo das novas namoradas ou novas esposas (namorados ou esposos): e se ele ou ela voltarem para os ex?

DESCOBERTA DO CORPO.
Não tem um parceiro? Uma maneira de conhecer mais o seu corpo e, principalmente, descarregar a tensão sexual é usando um vibrador. Não tem? Pode tratar de adquirir um modelinho que melhor lhe apraz, sem medo de ser feliz.
E o homem? Descobrir o prazer no próprio corpo.

FACETAS NOVAS DO SEXO
O conhecido era o que existia na sua casa, a relação sexual com o marido (ou a mulher). Agora é parte do novo momento descobrir diferentes facetas da vida sexual, como por exemplo exercitar o sexo pelo sexo, sem necessariamente associar a prática ao amor. É natural também vivenciar situações desconhecidas ao se envolver com novas ou novos parceiros, que podem ser mais ou menos liberados, adotar práticas que você desconhece, que estimulam novas partes do seu corpo, enfim, transam de maneira diferente do que você estava acostumado (a) com a parceira (o). Tem que aproveitar, sem jamais se esquecer da devida proteção contra gravidez e doenças sexualmente transmissíveis seja qual for a sua idade ou a da (o) parceira (o)!
E vamos ser felizes!

quarta-feira, 18 de março de 2015

O Fim do Sofrimento. É possível?

Este texto que vai falar do fim do sofrimento, de Eckhart Tolle, me foi enviado por antigo colega do seminário e leitor assíduo. Não concordo com esta ideia de que tudo está ligado. E que temos essa importância fantástica, Acho um auto-convencimento exagerado. Mas há pessoas que gostam da ideia.  Leiam tudo e depois reflitam. Falo e repito: meu propósito é fazer as pessoas pensarem, refletirem e, se possível, se transformarem.

Ah, hoje, há setenta anos, começava o meu sofrer. Ou viver?  Digo, com certeza, um viver maravilhoso. Coloco uma belo poema de minha amiga Graça Rios de presente para o meu aniversário.



Por Graça Rios.


Cai o dia, vem a noite               
Leva e traz o ciclo da vida
E Cleber diz um verso sobre a lida
Brincando com política e açoites.
Ele faz o aniversário tão vivido
Refazendo seus textos aguerridos.

A sua crônica é engraçada e caprichosa
Mostrando a todos a mulher ou a alegria
Inventando piadas, fantasias.
Graças a Deus (?) ele existe com suas rosas
Ofertando aniversário com suas prosas.





O FIM DO SOFRIMENTO
Eckhart Tolle
Todas as coisas são ligadas. Os budistas sempre souberam o que os cientistas agora confirmam.Nada do que ocorre é isolado do resto, apenas parece ser.
Quanto mais julgamos e rotulamos,mais isolamos as coisas. É o nosso pensamento que fragmenta o todo da vida. Mas a totalidade da vida denuncia esse fato. A vida é constituída pela rede de conexões que é o cosmos.Na maioria dos casos, não conseguimos entender como um fato aparentemente insignificante pode exercer algum papel na totalidade do cosmos.
Mas reconhecer que qualquer fato, por mais irrelevante que possa parecer, desempenha um papel dentro da vastidão do todo é começar a aceitar as coisas tais como são.Você atinge a verdadeira liberdade e o fim do sofrimento quando vive como se o que sente ou o que experimenta neste momento fosse uma escolha completamente sua.
Essa harmonização interna com o Agora é o fim do sofrimento.Será que o sofrimento é realmente necessário? Sim e não.Se você não tivesse sofrido o que sofreu, não teria profundidade como ser humano, não teria humildade nem compaixão. Não estaria lendo este texto agora.
O sofrimento rompe a casca do ego - do "eu" autocentrado - e promove uma abertura até atingir um ponto em que cumpriu sua função.O sofrimento é necessário até que você se dê conta de que ele é desnecessário.A infelicidade precisa de um "eu" construído pela mente, um "eu" com uma história e uma identidade.
Precisa do tempo - passado e futuro. Quando você elimina o tempo da sua infelicidade, o que é que sobra? A situação daquele momento.Pode ser uma sensação de peso, agitação, aperto no peito, raiva ou até enjoo. Isso não é infelicidade nem um problema pessoal. Não há nada de pessoal no sofrimento humano.
Trata-se apenas de uma forte pressão ou uma grande energia que você sente em alguma parte do corpo.
Se você concentra sua atenção nessa energia, a sensação não se transforma em pensamento e assim não reativa o "eu" infeliz.Veja o que acontece quando você simplesmente permite que um sentimento exista.Há muito sofrimento e tristeza quando você acha que cada pensamento que passa por sua cabeça é verdadeiro.
Não são as situações que causam infelicidade. São os pensamentos a respeito das situações que deixam você infeliz. As interpretações que você faz, as histórias que conta para si mesmo é que deixam você infeliz.
"As coisas em que estou pensando agora me deixam infeliz." Se conseguir constatar isso, você não se identifica com esses pensamentos."Que dia horrível.""Ele não teve a consideração de retornar a minha ligação.""Ela me rejeitou."Contamos histórias para nós mesmos e para os outros, em geral em tom de reclamação.Inconscientemente, elas servem para reforçar a noção de que nós estamos "certos" e alguém ou alguma coisa está "errado".
Achar que estamos "certos" e os outros "errados" nos coloca numa posição ilusória de superioridade, e com isso fortalecemos nossa falsa noção do "eu". Criamos assim uma espécie de inimigo, porque o "eu" precisa de inimigos para definir seus limites e sua identidade. Julgar alguém ou algum fato é criar sofrimento para si mesmo. Somos capazes de criar todos os tipos de sofrimento para nós mesmos, mas não percebemos isso porque de certa forma esses sofrimentos satisfazem o ego.
O "eu" autocentrado se sente mais confortável no conflito. Como a vida seria simples sem essas histórias que o pensamento cria."Não fui bem recebida.""Ele não telefonou.""Eu fui lá.
Ela não foi. "Quando você estiver sofrendo, quando estiver infeliz, fique totalmente com o Agora. A infelicidade e os problemas não conseguem sobreviver ao Agora.O sofrimento começa quando você classifica ou rotula uma situação de indesejável ou má.
Você se ofende com alguma situação e essa ofensa desperta um ego que reage.Classificar e rotular é um comportamento comum, mas é também um hábito que pode ser rompido.
Comece procurando "não rotular" os pequenos acontecimentos. Se você perdeu o avião,se tropeçou e quebrou uma xícara, se escorregou e caiu na lama - será que é capaz de se conter e não rotular o fato como ruim ou desastroso? É capaz de aceitar a "situação" tal como é naquele momento?
Rotular alguma coisa como ruim provoca uma tensão emocional. Se você deixar que as coisas existam sem classificá-las, passa a dispor de um enorme poder.A tensão emocional separa você desse poder, que é o próprio poder da vida.
Vá além do bem e do mal procurando não classificar qualquer coisa de boa ou má. Quando controlamos o hábito de rotular e classificar, o poder do universo nos invade. Quando nos relacionamos com as experiências procurando não reagir, o que antes chamaríamos de "mau" muda rapidamente através do poder da própria Vida.
Observe o que acontece quando, em vez de classificar algo como "mau", você o aceita e diz um "sim" interno, deixando que a experiência seja tal como é.Qualquer que seja sua situação, como é que você se sentiria se a aceitasse como ela é - exatamente Agora?
Há muitas formas sutis e menos sutis de sofrimento, tão "normais" que não costumam ser consideradas sofrimento, e podem até parecer satisfatórias para o ego.
Algumas delas: irritação, impaciência, raiva, enfrentamento, ressentimento, reclamação.Você pode aprender a reconhecer todas essas formas de sofrimento na hora em que ocorrem e dizer para si mesmo: "Estou criando um sofrimento para mim.
"Se você tem o hábito de criar sofrimento para si mesmo, deve estar criando também para os outros. Para eliminar esses modelos mentais inconscientes, basta se dar conta deles, percebendo-os assim que aparecem.
É impossível estar ao mesmo tempo consciente e criando sofrimento para si mesmo. O milagre é o seguinte: por trás de cada situação, pessoa ou coisa que parece "má" ou "perversa" está contido um profundo bem. Este bem se revela a você - interna e externamente - quando você aceita a situação tal como é.
"Não resista ao mal" é uma das maiores verdades da humanidade.Um diálogo: "Aceite o que é. "Não posso. Eu me sinto irritado por causa disso. "Então, aceite o que é. "Aceitar que estou irritado?”
Aceitar que não consigo aceitar? "Isso mesmo. Aceite a sua não aceitação. Entregue-se à sua não entrega. E veja o que acontece."A dor física crônica é um dos mestres mais duros que se pode ter. Ela nos ensina que "a resistência é inútil". É absolutamente normal não desejar sofrer.
Mas, se você se desapegar desse desejo e aceitar a presença da dor, talvez note uma sutil separação interna, um espaço entre você e a dor. Isso significa que você passa a sofrer conscientemente, aceitando. Quando você sofre conscientemente, quando aceita a dor física, ela anula o ego, pois o ego é formado sobretudo por resistência.
O mesmo ocorre com uma grande deficiência física."Oferecer o seu sofrimento a Deus" é outra forma de fazer isso.Não é preciso ser cristão para entender a profunda verdade universal contida de forma simbólica na imagem da cruz.
A cruz é um instrumento de tortura. Ela simboliza um dos maiores sofrimentos, limitações e desampares que um ser humano pode experimentar. Então, de repente, esse ser humano se entrega, aceita sofrer conscientemente. É o que traduzem as palavras de Cristo na cruz: "Faça-se em mim segundo a Tua vontade, e não a minha."
Nesse momento, a cruz, o instrumento de tortura, mostra sua face oculta: ela é também um símbolo sagrado, um símbolo do divino.Ao se entregar, aquilo que parecia negar a existência de qualquer dimensão transcendental torna-se uma abertura para esta dimensão.


SOBRE O AUTOR:

Eckhart Tolle nasceu na Alemanha, onde viveu até os 13 anos. Depois de formar-se pela Universidade de Londres, foi  pesquisador e supervisor de pesquisas na Universidade de Cambridge. Aos 29 anos, uma grande mudança espiritual transformou sua antiga identidade e mudou sua vida.Nos anos seguintes dedicou-se a compreender, aprofundar e integrar essa transformação que marcou o início de uma grande viagem interior. Tolle não está ligado a nenhuma religião ou tradição religiosa. Em seus ensinamentos, ele transmite uma mensagem simples e profunda, com a clareza atemporal dos antigos mestres espirituais: há um caminho para deixar o sofrimento e atingir a paz. Tolle viaja muito, levando seus ensinamentos e sua presença ao mundo todo. Mora em Vancouver, no Canadá, desde 1996.

sábado, 14 de março de 2015

Como fazer para que os filhos gostem de ler?

Ouço muitos reclamarem que as pessoas não gostam de ler. O que leva alguém a gostar de ler e outros, não? Além das diferenças individuais, na mesma família, há também o condicionamento ou incentivo. Em uma família de 15 irmãos, só cinco gostavam de ler e sem incentivo. Em outra de três irmãos, dois gostavam e a terceira detestava.  E nenhum dos pais incentivava. Os antigos Gibis eram terminantemente proibidos. Quantos pais compram livros, sugerem livros e os filhos nem “thum”? Li uma frase em uma parábola japonesa: quer ser feliz, passe um dia na biblioteca.
Seguem estas dicas que vi na internet para ajudar os filhos a lerem.

1. Comece a ler desde a gestação.

Pode parecer estranho fazer a leitura de textos em voz alta para a barriga, mas está provado que – desde os primeiros meses de vida – os bebês são capazes de ouvir. E mais importante do que a escuta, é a criação do vínculo que pode se estabelecer entre pais, filhos e livros. Com música também acontece deste jeito.
Eu não lia na gestação dos meus filhos, mas lia e inventava muitas histórias para eles antes de dormir.

2. Defina um tempo para leitura no dia a dia.

Torne essa experiência algo que faça parte da rotina da família. Não é preciso criar grandes rituais, mas a frequência ajuda na construção do hábito.
Frequência e rotina criam hábitos. Se os pais lerem uma vez ou outra, não adianta. Se os pais não gostarem de ler, aí fica mais difícil.

3. Deixe a vergonha de lado.

Não tenha medo de resgatar o ator/atriz que há em você. Faça vozes, crie brincadeiras, divirta-se.
“Divirta-se”: palavra mágica. Leitura não pode ser carregada, pesada, obrigação. É distração, divertimento. E invente histórias.

4. Fique atento à escolha de livros.

O mercado está repleto de livros para crianças que não possuem qualidade literária e que subestimam a inteligência do leitor. Deixe de lado critérios como idade e gênero. Procure indicações que contemplem a experiência leitora, os interesses do seu filho e os temas que gostaria de apresentar a ele.
Veja os bons autores.

5. Frequente bibliotecas e livrarias.

Acompanhe blogs e sites especializados, como A Taba. Garimpe, procure além dos livros que estão expostos nas prateleiras. Aprenda a escolher, escolhendo.
Bibliotecas costumam não abrir nos domingos e feriados. Absurdo. Em São José do Rio Preto, ia com os filhos na biblioteca, domingo à tarde pegar livros. Vamos com o neto a livrarias e ficamos horas lá folheando. É um lazer e tanto.

6. Mantenha os livros ao alcance das mãos das crianças.

Mesmo no caso das crianças muito pequenas. Não tenha medo que eles se danifiquem. Livro bom é livro lido.
Manusear, pegar, apertar, cair no chão, por debaixo dos braços. Livros são nossos companheiros.  Deixem os filhos fazer suas marcações, riscar, anotar (quando estiverem mais velhas).

7. Ajude seu filho a formar uma biblioteca pessoal.

Ela poderá ajudá-lo a contar a sua história de leitor. Invista uma parte do seu orçamento para compra de livros.

E não censure suas escolhas. Dar dicas, tudo bem. Ele vai ter seu gosto pessoal, que pode não bater com o seu.

terça-feira, 10 de março de 2015

Psiquiatra fala sobre os "Cinquenta Tons de Cinza"

Em meu livro "Contos Encontros & Reencontros", à venda nas boas livrarias de BH e Andrelândia, escrevi um conto chamado de "Só 5 tons de Cinza". Além de ser supostamente mais leve, eu não teria fôlego suficiente para os 50. O livro original vendeu como água. Choveram críticas de todos os lados (alusão a água e chuva é por falta destas aqui no Brasil, devido à "enxurrada" de corrupção). O filme foi um "blockbuster". Mas e aí, será que surgiu alguma voz sensata para detonar o que está atrás destes "50 tons"?
Partilho com vocês esta carta de uma Psiquiatra aos jovens (incluo os educadores e pais).

Não há nada de cinza em '50 Tons de Cinza'. É tudo preto.

Deixe-me explicar.

Eu ajudo pessoas que estão destruídas interiormente. Ao contrário de médicos que utilizam radiografias ou exames de sangue para determinar porque alguém está com dor, as feridas que me interessam estão ocultas. Faço perguntas e ouço atentamente as respostas. É assim que eu descubro como o(a) paciente na minha frente está "sangrando".

Anos de escuta atenta me ensinaram muito. Uma coisa que eu aprendi é que os jovens são totalmente confusos sobre o amor - na busca e na manutenção do mesmo. Eles fazem escolhas erradas, e acabam com muita dor.

Eu não quero que você sofra como as pessoas que vejo em meu escritório, por isso estou avisando sobre um novo filme chamado '50 Tons de Cinza'. Mesmo que você não assista o filme, sua mensagem tóxica está se infiltrando na nossa cultura, e poderia plantar ideias perigosas na sua cabeça.

'50 Tons de Cinza' está em cartaz no Dia dos Namorados (Valentine's Day americano, que é celebrado em 14 de fevereiro), então você vai achar que é um romance, mas não caia nessa. O filme é na verdade sobre uma relação doentia e perigosa, cheia de abuso físico e emocional. Parece glamouroso, porque os atores são lindos, têm carros caros e aviões, e Beyoncé está cantando. Você pode concluir que Christian e Ana são legais, e que seu relacionamento é aceitável.

Esteja alerta para não ser manipulado(a)! A equipe do filme só quer o seu dinheiro; eles não têm nenhuma preocupação sobre você e seus sonhos.

Abuso não é glamouroso ou legal. Nunca é aceitável, sob nenhuma circunstância.

Eis o que você precisa saber sobre "50 Tons de Cinza": quando criança, o protagonista Christian Grey foi terrivelmente negligenciado. Ele está confuso sobre o amor, porque nunca o experimentou de fato. Em sua mente, o amor está entrelaçado com maus sentimentos como dor e constrangimento. Christian gosta de machucar mulheres de formas bizarras. Anastasia é uma menina imatura que se apaixona pelo visual e pela riqueza de Christian, e como uma tola decide satisfazer seus desejos.

No mundo real, essa história teria um final trágico, com Christian na cadeia e Ana em um abrigo (para mulheres com histórico de violência) ou em um necrotério. Ou Christian continuaria batendo na Ana, e ela ficaria e sofreria. De qualquer maneira, as suas vidas definitivamente não seriam um conto de fadas. Creia-me.

Como médica, eu estou pedindo: NÃO assista "50 Tons de Cinza". Cheque, apure os fatos e explique aos seus amigos porque eles também não deveriam assistir esse filme.

Aqui estão algumas das ideias perigosas promovidas por essa obra cinematográfica:
1. As meninas querem caras como o Christian, que se apoderam delas e se tornam violentos.

Não! Uma mulher psicologicamente saudável evita o sofrimento. Ela quer se sentir segura, respeitada e cuidada por um homem que ela pode confiar. Ela sonha com vestidos de casamento, não com algemas.
2. Os caras querem uma garota como Anastasia, que é fraca e insegura.

Errado. Um homem psicologicamente saudável quer uma mulher que saiba impor respeito. Se ele está fora de linha, ele quer que ela o corrija.
3. Anastasia é livre para consentir que a machuquem, então ninguém pode julgar sua decisão.

Lógica fraca. Claro, Anastasia tinha livre escolha - e ela escolheu mal. A decisão auto-destrutiva é uma decisão ruim.
4. Anastasia toma decisões relacionadas a Christian de forma consciente e imparcial.

Duvidoso. Christian constantemente supre Anastasia de álcool, prejudicando seu juízo. Além disso, Anastasia se torna sexualmente ativa com Christian - sua primeira experiência  - logo após conhecê-lo. A Neurociência sugere que, em razão disso, a intimidade deles daria o gatilho para os sentimentos de apego e confiança dela, antes mesmo que ela esteja segura que ele faça jus a essa situação. O sexo é uma experiência poderosa - principalmente pela primeira vez. Enfim, Christian induz Anastasia a assinar um acordo que a proíbe de contar a alguém que ele é um abusador de longa data.
Álcool, sexo, manipulação - dificilmente os ingredientes de uma decisão individual imparcial.
5. Os problemas emocionais de Christian são curados pelo amor de Anastasia.

Só em filme. No mundo real, Christian não mudaria para nenhum patamar realmente expressivo. Se Anastasia se sente realizada por ajudar pessoas emocionalmente perturbadas, ela deveria se tornar uma psiquiatra ou assistente social.


A questão de fundo: as idéias de "50 Tons de Cinza" são perigosas, e induzem à confusão e às más decisões sobre o amor. Há uma grande distância entre relacionamentos saudáveis e doentios, mas o filme borra essas diferenças, de modo que você começa a se perguntar: o que é saudável em um relacionamento? O que está doentio? Há tantos tons de cinza ... Eu não tenho certeza.

Escute: é a sua segurança e o seu futuro que estão em jogo. Não há margem para dúvidas: uma relação íntima que inclui violência - consensual ou não - é completamente inaceitável.
Isso é preto e branco. Não existem tons de cinza aqui. Nem mesmo um.



A Dra. Miriam Grossman tem formação em pediatria, com especialidade em psiquiatria infantil, adolescente e adulta.

sábado, 7 de março de 2015

Logoterapía. O que é?

Hoje vou falar de uma corrente de psicoterapia. Dos textos que li fiz um resumo. Pensei muito em possível cliente minha na faixa de idade próxima aos 40 anos, com quem conversei muito no último mês de fevereiro. A ideia é importantíssima.

Logoterapia
Logoterapia é um sistema teórico – prático de psicologia, criado pelo psiquiatra vienense Viktor Frankl, que se tornou mundialmente conhecido a partir de seu livro "Em Busca de Sentido" (Um Psicólogo no Campo de Concentração) no qual expõe suas experiências dolorosas nos campos de concentração e lança as bases de sua teoria.
A Logoterapia é conhecida como a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, sendo a Psicanálise Freudiana a primeira e a Psicologia Individual de Adler a segunda.
O termo "logos" é uma palavra grega que significa "sentido". Assim, a "Logoterapia concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por este sentido" (Frankl).  Ela acrescenta: “Não estamos a mercê dos acontecimentos, porque somos nós que determinamos como nos deixaremos influenciar”.
 "Para a Logoterapia, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano. O confronto do paciente com o sentido de sua vida, que deve ser descoberto e não inventado. .. A Logoterapia é considerada e desenhada como terapia centrada no sentido. Vê o homem como um ser orientado para o sentido". (Frankl).
O homem sempre procurou dar um sentido à sua vida e aprofundar-se em sua existência. A frustração dessa necessidade é um sintoma do nosso tempo. O sofrimento e a falta de sentido  do sofrimento configuram o vazio existencial que muitos experimentam. Para esse mal, Frankl desenvolveu a Logoterapia.
Algumas pessoas ainda não encontraram o sentido de suas existências, talvez porque não conseguiram ser autores de suas próprias decisões, mas assumem as dos outros, vivem o sentido da vida dos outros ou deixam que estes definam a sua vida. Há também aqueles que tiveram seu sentido de vida  frustrado, vivem a “frustração existencial.
Esta frustração pode levar a um tipo de neurose, chamada de “neurose noogênica”
Essas neuroses noogênicas ou noógenas derivam dos  conflitos da sua existência,  onde as frustrações existenciais desempenham um papel crucial.
A tensão interna existente entre o que uma pessoa é e aquilo que ela deveria ser de acordo com a sua realidade, seus valores e o seu sentido de vida é chamada de noodinâmica. Quando a pessoa se encontra em uma situação adversa e estabelece uma meta para sair dela, o estado normal de tensão noodinâmica o equilibra e o auxilia para que ele supere os seus obstáculos, desde que aceite o desafio de ir em frente sem o medo do fracasso.
Surge o  vazio existencial quando as pessoas não encontram o sentido para as suas vidas, que se manifesta principalmente no  tédio. Quando nos deixamos dominar pela rotina do dia a dia, quando nos alimentamos  intelectualmente por tantas informações superficiais que a mídia nos empurra diuturnamente e quando não dispomos de tempo para o lazer mental, não damos conta  que necessitamos de um sentido para viver.
O  vazio existencial transparece sob diversas máscaras compensadoras: o conformismo, a submissão e obcessão pelo poder, dinheiro ou sexo.
As particularidade do indivíduo e de sua própria vida – incluindo seus valores – são o que vai  definir  sentido de sua vida. Nas palavras de Frankl: “não é o que a vida pode lhe proporcionar, mas o que você pode fazer pela vida”. A responsabilidade é de cada um e não se pode fugir dela. Nem mesmo jogando-a nas costas do outro, do destino, do universo ou de um ser superior.
Definimos o sentido de nossa vida através de três maneiras:
  1. criando ou trabalhando ou praticando algo;
  2. experimentando algo ou encontrando alguém; e
  3. pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável

O fim da vida não é a autorrealização, mas a autotranscedência. Quanto mais se tenta chegar a esta autorrealização, mais distante ela fica. Ela não é um fim em si mesma, mas um caminho a ser trilhado para alcançar um sentido ou encontrar outro ser humano.
E o amor? O encontro com o outro só acontece quando se tem  abertura para aceitá-lo da maneira como ele é. E ninguém consegue conhecer  outro ser humano se não amá-lo. Somente o amor pode conscientizar o amado daquilo que ele pode e deverá vir a ser.
O sofrimento é inevitável. Deparamo-nos com situações ou fatalidades que não podem ser mudadas ou momentos desesperadores. Quando o absurdo do mundo nos atinge de cheio e não somos capazes de alterar a situação, aí, sim, tomamos consciência de que só podemos mudar a nós mesmos...
Para a logoterapia a vida tem um suprassentido que excede e ultrapassa qualquer compreensão intelectual do ser humano. Este suprassentido pode ser visto na fé religiosa, quando as pessoas acreditam naquilo que não veem e esperam por um futuro que não têm provas de que exista. É ele que impulsina e dá forças às pessoas para superar as adversidades.
Quanto à nossa finitude, principalmente quando bem próxima (velhice, doença grave ou desastre),  esta tende a obscurecer ou tirar o nosso sentido da vida. Para superar o sentimento da transitoriedade, a logoterapia valoriza a historicidade do indivíduo: o seu passado. Tudo o que ele foi e viveu  não se separa dele, mas faz parte e preenche sua vida. Então se ele percebe que não perdeu nada em sua vida, que a usufruiu, que a viveu com plenitude, mesmo diante de grandes adversidades, ele estrutura sua personalidade para envelhecer com orgulho e dignidade.
O indivíduo só consegue enxergar suas frustrações e neuroses, quando se distancia da situação em que está inserido e consegue sair do vazio existencial a patir da autotranscedência.
As técnicas logoterápicas se baseiam na decisão racional de enfrentar seu condicionamento.
O medo produz aquilo que temos medo, ou seja, a ansiedade antecipatória, por isto é que diante do paciente fóbico, o terapeuta o  induz a enfrentar o que teme, ainda que temporariamente.
Outra técnica é a des-reflexão, que leva em conta o fato de que uma intenção excessiva impossibilita o que se deseja.  Nosso foco de atenção vai para a tarefa que vamos fazer e não para o objetivo em si. Por exemplo, o distúrbio do sono. O medo da insônia resulta em uma hiperintenção de pegar no sono, o que impede o indivíduo de conseguir dormir. Se ele focar sua intenção e atenção no prazer de descansar à  noite e não no ato de dormir para conseguir a boa noite de descanso, aí ele consegue dormir.

Frankl não pretendeu "suplantar a Psicoterapia vigente, mas complementá-la e completar também o conceito de ser humano – mais indispensável às ciências do homem do que o método e técnicas corretas". A Logoterapia busca restituir a imagem do homem superando reducionismos, faz uma proposta que não se limita à Psicologia, mas abrange todas as áreas da atividade humana, e busca resgatar aquilo que é especificamente humano na pessoa.




quarta-feira, 4 de março de 2015

A pressão social e os danos permanentes na sociedade

Marcelo Vitorino escreve no site "Mais de Trinta", de quem sou fã. O assunto de hoje é a pressão social sobre as pessoas. A pressão, às vezes,vem de lugares onde nem imaginamos. Somos pressionados constantemente. Resistir é difícil.  Pense no tanto que sofreu de pressões e aí leia o artigo com outro olhar.


"Hoje é o seu dia de parar de ler meus artigos. É sério. Provavelmente você se sentirá incomodado comigo e com a minha forma de pensar. Fica aqui então o meu registro de que não guardarei mágoa ou rancor algum por esse nosso “desencontro”. Alerta dado, vamos ao que interessa…
Recentemente venho ficando incomodado com as pressões sociais que sofri ao longo da vida e acho que é hora de escrever algo a respeito. Imagino que há muito mais gente no mundo com o mesmo problema, sendo alguém que não se enquadra ou pior, alguém que se esforçou para caber em uma caixinha ditada por um grupo social.
Na adolescência, por volta dos meus quinze anos, havia muita pressão para que eu começasse a beber, fumar ou usar de algum tipo de entorpecente. Se você não fizesse nada de diferente não era considerado popular pelos demais adolescentes.
Olhando para um dos meus sobrinhos vejo que isso não mudou muito, mesmo vinte anos depois. O grupo dele também o pressiona para ser estúpido, mas com outras nuances. Por exemplo, escrever corretamente é motivo de chacota. Não praticar pequenos furtos, também.

O meu tempo e o dele tem algo em comum: o complexo do “vida loka”

Como instrumento de autoafirmação os jovens são compelidos a tomar atitudes irracionais e que podem comprometer o seu futuro. Tudo em troca da aceitação social. Todos querem ser alguém.
Conversando com um amigo ele me contou de um episódio em que seu filho foi pego furtando um livro em uma livraria famosa. O rapaz tentou devolver, mas não houve acordo, a empresa não quis saber. Fichado por furto, em flagrante, acabou indo parar em um penitenciária, pois tinha acabado de completar dezoito anos.
Claro que o furto não era por necessidade. Ele teria como pagar pelo produto. Eu sei bem o que ele experimentou. Foi o gostinho de quebrar as regras do sistema. Também andei nessa linha cinza quando adolescente. Só tive mais sorte em não ser apanhado.
A questão é que ninguém conversou comigo para me orientar melhor. Só ouvia o básico dos meus pais: isso é errado, aquilo é certo. Com todo respeito ao meus progenitores, mas explicar qualquer coisa assim para um jovem, que é por natureza um contestador, não faz sentido algum.
Seguir regras parece te enquadrar na categoria “coxinha” quando se tem quinze anos. Você quer mais. Muito mais.
Não consigo fazer uma estatística precisa, mas a maior parte de quem está lendo provavelmente está pensando algo como “isso é normal, coisa de adolescente”.
Um grande erro! Não, caro leitor, isso não é normal. Quando tratamos as curvas do caminho como normal apenas estimulamos esses jovens a prosseguirem. Funciona como uma desculpa para ir cada vez mais além. É isso que precisa mudar.
Mas para mudar é preciso ir na base da questão: na necessidade de adequação social. O desejo de pertencer a um grupo. O anseio para se diferenciar da multidão, para parecer descolado, para ser “o cara”.
Com esse padrão de comportamento inalterado os problemas continuam ao longo da vida.

Não bebo, logo, sou gay

Outro dia, em um restaurante, ao estar em uma mesa repleta de colegas que pediram algo alcoólico para beber e eu ter pedido apenas um chá, o garçom fez uma piadinha de mau gosto em que insinuava algo sobre minha masculinidade.
Veja bem, não beber me torna gay! Pelo menos na visão idiota do garçom. Fiquei pensando, será que os gays não bebem? Mas a culpa não é só do garçom.
Perdi a conta de quantas vezes tive que explicar que bebo raramente. Na maioria deles fui ridicularizado ou então as pessoas arrumavam outros motivos para que eu não quisesse beber. “Hoje ele está dirigindo” ou “está tomando remédio” são as justificativas mais comuns. Não. Eu só não queria beber, nada além disso.
Há grupos em que você só é alguém se encher a cara toda semana. Sinceramente, não dou a mínima para essas pessoas. Em outros você só é bacana se fumar um baseado, afinal, baseado é a droga dos intelectuais.
Sou muito honesto, se para abrir a mente eu precisar tomar, fumar ou cheirar qualquer coisa será um sinal de fracasso completo para mim. Um cérebro que precisa de “aditivo” é igual a de um corredor que precisa de esteroides para chegar na frente.
Nos anos oitenta os executivos se rendiam para a mistura de cocaína com uísque. Assim ficavam mais elétricos e dispostos a trabalhar mais. Outra grande bobagem. Se você é bom, é bom de cara limpa.
Fui me excluindo de vários grupos por não me adequar e, principalmente, por achar deplorável ter em minha companhia qualquer pessoa que me pressione a fazer algo que eu não quero.
E por que essas pessoas são assim? Porque enquanto elas eram adolescentes viveram esse modelo e aprenderam que isso é o certo. Começaram a fumar, beber, usar entorpecentes ou fazer qualquer outra bobagem para entrar em alguma onda. Alguns não tiveram sorte, suas carreiras ou vidas se destruíram por causa de decisões ruins.
Quem você seria se não tivesse sucumbido às pressões que sofreu? Falo por mim, eu seria um cara melhor. Muito melhor!
Não podemos mudar o que está feito, mas podemos mudar de agora em diante e, principalmente, interromper esse ciclo de estupidez. É por ter que lidar com esse mundo obcecado por sentimento de grupo que muita gente está tomando algum psicotrópico, gastando horrores em terapia ou simplesmente se entorpecendo.

É hora de rever seus conceitos e mudar 

Quer se sentir melhor? Quer ser alguém diferente? Saia desse circuito e vá fazer algo diferente. Vá criar coisas, ajudar pessoas, educar, se tornar parte de um propósito, sei lá, vá ser você e mande um grande foda-se para o mundo.
Isso é estar contra o sistema de verdade. É não compactuar com o errado, não abrir mão da sua individualidade, é se afastar das influências que só te empurram para o que há de pior.
Acha que estou exagerando? Faça uma pergunta para você: “quantos dos meus amigos que me chamaram para tomar uma cerveja ou para fumar um baseado, também me chamaram para doar sangue — sem que alguém da família dele precisasse —, para ser voluntário em alguma coisa ou para criar algo bacana que melhorasse a vida de alguém?”.
Se foi a maioria, deixe um comentário, mas se for só um ou outro, se peço que se abstenha. Adoro ver milagres em andamento. Mas, por favor, não use o espaço para dar desculpas ou justificar algo. É chato e contraproducente. Se quiser evoluir, pare de passar a mão na própria cabeça.
Quem faz o que somos são as atitudes que tomamos, as posturas que adotamos e visão que temos.