Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Motivação, por que fazemos o que fazemos?

Vira e mexe, posto aqui textos sobe motivação. Não são os outros que motivam ou desmotivam as pessoas, ou são?,Aqui vai mais um artigo. Aproveitem. E até o próximo.


 Texto de Lívia Murta.

Motivação. Essa palavra. Palavra que escuto com frequência no dia a dia do trabalho. Palavra que me intriga muitas vezes. Afinal, o que é motivação? É papel do gestor motivar a equipe? Quem vai me motivar? Com essas dúvidas na cabeça, busquei livros, li reportagens, assisti a vídeos de motivação terríveis no Youtube e vi listas dos “cinco livros que vão te ajudar a se sentir motivado” e das “dez frases de motivação para começar o dia”, entre outras. E, aqui, preciso adiantar para que você não se decepcione ao final do texto — não custa tentar. Verdade seja dita, eu não encontrei as respostas, mas achei pistas. Vem comigo! Uma das leituras foi o livro “Motivação 3.0: os novos fatores motivacionais para a realização pessoal e profissional”, de Daniel H. Pink e emprestado pela Sílvia, caso alguém queira aí ó #ficadica.
Resumidamente, as mais de 200 páginas do livro abordam cientificamente a motivação, tentando comprovar por que o modelo de motivação à base de recompensas e punições não funciona. (Lembra-se do Plan B U dos chicotes e cenouras?) Li também uma matéria muito interessante da Revista Você S.A. que dá um #sincerão logo de cara: “Se você espera que a sua empresa lhe dê injeções de ânimo, más notícias. O que todas as empresas querem é gente capaz de criar seu próprio entusiasmo”Ouch!
Então, vamos às pistas coletadas.

Para que serve?

A motivação é fundamental para qualquer coisa que a gente faça na vida. Principalmente para coisas que exigem um esforço maior, como o trabalho nosso de cada dia. Sem ela, como aguentar horas e horas, semanas e semanas seguidas de um projeto? Ou ter força para enfrentar a concorrência que existe tanto fora quanto dentro da agência? Ou, ainda, chegar cedo e sair tarde?

Como ficarei motivado?

Se não tivermos uma forte razão que nos motive, simplesmente desistimos – ou fazemos malfeito. Assim, para que a motivação seja verdadeira, sólida e duradoura ela tem que vir de dentro das pessoas;

Então, eu tenho que me motivar? Sozinho? 

Conclui que sim, segundo as leituras. Conclui que não podemos esperar a empresa, o chefe, o colega, o companheiro ou seu pet fofo para que a gente se sinta motivado. É tipo aquela coisa da felicidade… nunca podemos culpar ninguém pela falta dela ou colocar a responsabilidade de ser feliz no outro. Ser feliz é uma escolha, independente do que te rodeia. É claro que o ambiente te influencia, mas não há salário que motive ou deixe alguém feliz. Já parou para pensar que essa é uma questão fundamental e séria demais para ser deixada em mãos alheias?

E cadê a receita do bolo?

Receio dizer que não tem receita. Em se tratando de motivação, não há uma regra geral que possa ser aplicada por todos. É preciso refletir e chegar à conclusão do que é importante para você. Mas há algo que costuma ser comum a muitas pessoas: a forma como se vê o trabalho. Quem enxerga o trabalho como uma obrigação penosa certamente tem muito mais dificuldade para se sentir motivado.

O que te motiva?

Você gosta do que faz? Você vê significado no seu trabalho? Acha que ele é importante? Você se empolga e se compromete? Esses são alguns pontos pra gente refletir. E no dia a dia em que trabalhamos em equipe,  algo precisa estar muito claro: temos um propósito em comum! Estamos juntos entregando um projeto foda que vai trazer um resultado mais foda ainda. Eu não estou fazendo isso por mim, pela empresa, pelo coordenador ou pelo gestor. Nós estamos fazendo juntos com um objetivo em comum. E é preciso lembrar que não estamos fazendo favores um ao outro. A regra é clara: estamos trabalhando. É óbvio, mas a gente esquece.

Como são essas pessoas incríveis e motivadas?

Importantes componentes das pessoas motivadas: metas bem definidas,comprometimento com o caminho que traçou para si. Elas não dependem da empresa em que trabalham para manter-se entusiasmadas, até diante de tarefas corriqueiras. Traduzindo: se motivam sozinhas.   Profissionais assim são extremamente valorizados pelas empresas hoje em dia. “As companhias de alta performance, as mais competitivas, querem pessoas que enxerguem o trabalho como uma forma de realização pessoal – não apenas profissional”, afirma Pedro Mandelli, consultor de organização e mudanças e colaborador de Você S.A. “Quando a empresa é o seu depósito de esperanças, ela assume a sua motivação”, observa Mandelli. “Quando você mesmo é o construtor de suas esperanças, a empresa é só um meio para que você atinja suas expectativas”.

E aí, este texto te desmotivou ou motivou?

sábado, 25 de outubro de 2014

Cinco perguntas que você deve se fazer antes de se casar.

Tem muita gente conhecida minha que está investindo muito em casar, pensei no artigo de hoje para estas pessoas.Um livro que me marcou profundamente foi "Os últimos Dias da Monogamia". Não é um petardo contra o casamento, mas mostra bem claramente como o casamento foi visto em várias épocas e em várias ideologias. Por outro lado, em 2014, ele parece tão demodé e as pessoas continuam pensando em casamento. Até tarólogo, astrólogo e outros ólogos são procurados para ver se "existe luz no final do túnel" da solteirice. Ora, ora.


De acordo com a 'Psychology Today', hoje há menos razões racionais para se casar do que nas décadas passadas. Já não temos mais vergonha de ter filhos e sermos pais separados, apesar de milhões de casais ainda contemplarem o casamento. É claro, no fim das contas, essa é uma decisão parcialmente emocional; mas vamos  ajudar você  a torná-la mais racional com as dicas do psicólogo e autor de sete livros: Marty Nemko. Tudo o que você deve fazer é responder as perguntas abaixo e avaliar se vale a pena oficializar seu relacionamento ou terminar de vez por todas. 

1) Existe compatibilidade sexual?
É preciso fazer o test drive
Observe a curva do seu relacionamento sexual. Depois de um período inicial, a frequência e intensidade sexual diminuem e isso é normal. Mas a questão é quanto diminui — o declínio é maior ou menor com essa pessoa? E o mais importante, você ainda se sente igualmente excitada por ele e ele por você após um ou dois anos de relacionamento? Se um dos parceiros se sente tão atraído como no início do relacionamento, mas o outro está cada vez mais apático, aí sim há um problema. Terapia de sexo e mais comunicação podem ajudar, mas não há garantias, até porque alguns casais reclamam que seus apetites sexuais são muito diferentes.


2) Há compatibilidade não-sexual?
Quanto vocês aproveitam um ao outro fora da cama? Isso inclui conversar ou simplesmente estar no mesmo ambiente juntos. Talvez mais importante que isso seja uma análise sobre se o tempo que vocês passam juntos aumentou, ficou estável ou diminuiu ao longo do tempo? A tendência provavelmente será manter o status quo: diminuiu? vai diminuir mais ainda. Aumentou? Vai aumentar.

Faz-me lembrar uma anedota: você deve casar com uma pessoa que gosta de conversar. É a única coisa que vocês farão depois de velhos. 
Será? Há controvérsias.

3) E a gentileza? Onde Foi parar?
Não conte com mudar a personalidade do seu parceiro. Isso até pode acontecer, mas pode ser tão difícil quanto mudar seus desejos e inteligência. Portanto, pense muito bem em quão gentil é seu parceiro e se ele (a) fica feliz de verdade com o seu sucesso, ou fica enciumado (a) quando você se dá bem. Além disso, vale observar como ele (a) trata outras pessoas e até animais.
  Cuidado tem gente que não gosta de animais (a não ser um frango à passarinho, um leitão à pururuca, ou até cachorro quente). Mas, maltratar? Aí, não.


4) Você tolera os devastadores de relacionamento?
Os devastadores de relacionamento mais comuns são: temperamento difícil, dependência de substâncias, vício em jogos e compras, doença mental significativa, baixas perspectivas de emprego remunerado ou falta de capacidade ou desejo de crescimento e evolução profissional, intelectual, social. Observe a gravidade do problema e quão bem você acha que pode lidar com essas questões ao longo de muitos anos. O namorado "parado", quieto, acomodado que deseja só beber e jogar barulho com amigos, , ou a namorada ambiciosa, com alto índice de crescimento social. Todos podem detonar o relacionamento mais tarde.


5) Ele / ela  ama mesmo você ? Celebra suas conquistas, minimiza suas fraquezas e  se importa profundamente com você? Ou só desce a lenha?
E você? Se sente assim em relação a seu parceiro? O amor pode ajudar as pessoas a sobreviverem problemas inevitáveis da vida. Agora ficar jogando o outro no buraco, ninguém merece. Caia fora.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Para Presidente, um Analista. Uma crônica bem humorada

Calma, calma, petistas e tucanos, ou tucanos e petistas. Estou atrasado, já que as eleições acontecem daqui uns dias. Não posso lançar novo candidato. Mas na ficção, sim. Existem várias maneiras de encarar as eleições. Ou participamos ativamente, quer dentro de um partido politico, ou mesmo nos posicionando claramente a favor ou não de um político ou partido. Ou não queremos saber de nada. Afinal, todos os políticos são do mesmo saco (e provavelmente cheio de coisas nojentas). Ou tiramos proveito da situação: só votamos em alguém se ele nos beneficiar direta ou indiretamente (nessa época de corrupção desenfreada, lançamos o libelo: ou acabem com essa corrupção ou nos arrumem uma "boquinha"). Visão crítica também acontece. E também as bem humoradas. Prefiro estas últimas. Anos atrás, escrevi uma crônica, defendendo o psicólogo ou psiquiatra a cargos executivos. Eis a crônica, com algumas alterações.


PARA PRESIDENTE, UM ANALISTA


         Em uma das eleições americanas, pela primeira vez na história do país um psiquiatra era candidato a governador. Este fato foi saudado por uma série de acontecimentos, desde algumas piadas envolvendo psiquiatras, até um artigo bem humorado de Roger Rosemblatt na revista Times.
            Como estamos vivendo os estertores de uma eleição no país, achei conveniente transpor o ensaio de Mr. Rosemblatt para nossa realidade.
            Desta maneira, um candidato psiquiatra ou psicólogo ao cargo de presidente teria várias vantagens e alguns senões. Um dos empecilhos seria se o presidente analista (incluindo aí o psiquiatra ou o psicólogo ) cobrasse as audiências    como se fossem sessões e se aquelas demorassem sempre 50 minutos. E, quando houvesse congresso de psicólogos e psiquiatras ele participaria?  Como analista ou presidente? Porém, as vantagens são em maior número. Vejamos.
            Pode-se dizer tudo a um analista; não se deve esconder nada. Até as coisas mais graves. E sem censura.E criticar o analista sem correr o risco de chamarem a polícia Ele só ficaria aparentemente chocado se houvesse boas notícias.
            Um analista leva todo mundo a sério. Isto é de extrema importância para as minorias – que já estão se tornando maioria-, e para todos os políticos e sobretudo os prefeitos do interior, que sempre estão achando que ninguém lhes dá o devido valor e nem mesmo os ouve.
            Um analista procura descobrir as coisas subjacentes, inconscientes. Diga-lhe que os professores estão fazendo greve e que os médicos do SUS não querem mais atender os pacientes, ou que os médicos cubanos são guerrilheiros disfarçados e ele dirá: por que está ocorrendo tais coisas com eles? Qual sua motivação inconsciente? O que eles estão querendo dizer com isto, além do óbvio  ululante “salário baixo”.
            Os analistas conseguem chegar bem ao fundo do problema ou do poço (de petróleo ou de água, esta escasseando) “Fale-me de suas fobias e lhes direi de que têm medo.” Os analistas creem, acreditam piamente, que os problemas serão resolvidos. As enchentes, por exemplo. Ou a falta de água, ou de vergonha.
            Além dessas características que os indicariam para o cargo os analistas possuem outras peculiaridades de suma importância. São quase que uniformemente liberais, são contra as guerras e possuem uma voz suave, e que parecem que saem de dentro da gente e não deles mesmos (o que já nos livraria de vozes roucas das "ruas"). Além do mais, têm o seu próprio linguajar, o que virá trazer novas contribuições ao léxico político: temos como “posicionamento”, “insidioso”, “ complexos”, “fixação”, etc.
 Eis alguns exemplos de linguagem comum, linguagem política e linguagem analítica : o leitor comum diz “ outros candidatos”; o político , “ adversários” e o analista , “personalidades paranóicas”.
Em vez de seu sobrinho é vagabundo; sua irmã está num cabide de emprego, teremos: qual o conflito familiar subjacente?
O repórter vira jornalista político e acaba sendo “voiaeurista” (deixemos de francesismo) para os analistas e assim por diante. Mas o bom mesmo é a capacidade que o analista tem de lidar com as pessoas em situação de pressão como acontece com as entrevistas aos repórteres do Pânico ou CCC (?)
Repórter: “ presidente, o que o senhor acha das mordomias ?”
presidente/ analista: “Você poderia me ajudar a entender melhor a sua colocação? “ "O que você entende por mordomia" "Amor do Mia"? Todos os amores são permitidos. Menos pela Igreja.
Ou 
Repórter: “ presidente como vamos enfrentar esta ameaça de depressão “
presidente/analista: “Depressão?????????????? ” "É  minha especialidade. Comecemos mudando o nome: bipolaridade.
            Para o analista as coisas não são como parecem ser. “O povo está contra o governo.” Diz um de seus secretários.  “É um problema de identificação, e na realidade ele está ambivalente com o governo. Gosta dele, mas diz que não gosta.” "Ameaça votar no outro candidato só para enfrentar a autoridade paterna".
            E tem mais: o analista acredita nos sonhos. Imaginemos um cabo eleitoral do presidente/ analista contando para ele o sonho que tem de construir sua casa própria em terreno doado pelo Estado.
            “No seu sonho o terreno fica face sol ou face sombra, ele é inclinado ou é reto?”
            Além do mais, o analista é capaz de perdoar, de esquecer o passado (sobretudo as  baixarias em época de campanha) ou, pelo menos de usar o passado para conhecer o presente. E as piadas? Ah, é mesmo esquecia-me delas:
Eleitor ou político: “presidente, tenho a impressão de que quando eu falo ninguém me entende.”
presidenter/analista: “Por favor, repita tudo outra vez. .”







domingo, 19 de outubro de 2014

Você é feliz com as escolhas que você faz?

Olhem, este texto é para chacoalhar as nossas ideias sobre escolhas. Li em "O Pequeno Guru". Em relação às  escolhas, que tipo de gente somos nós? Maximizer ou satisficer? Complicado?. Nâo. Leiam.

"Pergunte-me quais os melhores smartphone disponíveis no mercado hoje e eu lhe direi os modelos, faixas de preço e poder de processamento. Não que eu seja um aficionado por celular — certamente não estou na média dos brasileiros que passam 149 minutos por dia em seu smartphone —, eu apenas pesquisei muito antes de trocar, recentemente, o meu já obsoleto iPhone 4. Eu sou o que alguns psicólogos chamam de maximizador, alguém que gasta muito tempo analisando uma grande quantidade de opções, às vezes todas, antes de escolher.
É assim com quase toda aquisição que eu atribuo alguma importância, mas não se limita a compras. Para escolher as cores certas do novo layout do Pequeno Guru (sem falar nos 9 meses que levei para escolher o novo tema), eu precisei testar várias tonalidades de amarelo, marrom, cinza e espessura de linhas e tipos de fontes. Algumas vezes passei um bom tempo implementando algo só para ver que não ficou legal e abandonar. Tudo isso para saber que eu estou tomando a melhor decisão possível.
O autor do livro “O Paradoxo da Escolha”, Barry Schwartz, descobriu em suas pesquisas que há, basicamente, dois tipos de decisores: Os maximizadores e os satisficers (não ouso traduzir. O termo nasceu da junção de satisfeito e suficiente). Há umteste que você pode fazer para saber onde se encaixa, mas é quase certo que você já saiba. O teste indica que a maioria das pessoas está no meio dos dois e age conforme a situação. Se você é um maximizador, uma espécie de decisor perfeccionista, do tipo que passa horas conhecendo tudo que há para conhecer sobre algo, criando mecanismos para facilitar decisões, comparando características e, às vezes, se pergunta se não está gastando tempo demais naquilo, cuidado!
O problema dos maximizadores é que, embora eles consigam os melhores empregos e salários mais altos, eles costumam estar menos satisfeitos que os outros, e esse é um ponto a ser levado muito a sério. Em seu livro, Barry Schwartz relaciona o aumento das opções que temos hoje (e a liberdade para escolhê-las) com o aumento da depressão. O debate é longo e há estudos dos dois lados que argumentam se muitas escolhas melhoram ou pioram a vida das pessoas. Não vamos seguir esse caminho.
A questão que eu quero levantar é: suas escolhas o deixam feliz ou triste? Se você gasta um tempão avaliando opções e, ao se decidir, ainda acha que poderia ser melhor, você precisa mudar. Uma coisa é fazer uma escolha inadequada ou ineficiente, e há maneiras de melhorar isso, outra coisa completamente diferente é tomar uma boa decisão (adequada e eficiente) e achar o contrário. Mudar isso é complicado e o primeiro passo é se dar conta de é um problema. Felizmente, isso não acontece comigo. Embora eu me irrite um pouco com a minha “necessidade” de avaliar cada possibilidade (em alguns casos fazendo comparações matemáticas), eu costumo ficar bastante contente ao final dela.
Ao precisar escolher algo, você quer tomar a melhor decisão possível, ou qualquer uma que o satisfaça já basta? A resposta para essa pergunta pode lhe tirar um grande peso das costas, o mesmo peso que costumam deixar maximizadores frustrados ao final. Nas pesquisas do Schwartz não se constatou que um toma melhores decisões do que o outro e, por incrível que pareça, ambos são bastante exigentes. Ou seja, maximizadores gastam mais tempo, ficam mais insatisfeitos para, ao final, tomar uma decisão tão boa quanto alguém que decidiu de forma mais tranquila e rápida. Para os maximizadores, é realmente um desafio ter que decidir algo relativamente importante sem ter tempo para fazer. É como se estivesse faltando algo. Não é a toa que as pessoas desse grupo tendem a apresentar menor satisfação com a vida.
Esse estilo de decisão também afeta os relacionamentos (o que não afeta?). Parece que não há estudos sobre isso, mas um casal tende a ser mais equilibrado quando são diferentes. Não há pré-disposição do homem ou da mulher a ser mais um do que outro, mas homens tendem a se encaixar mais em algum perfil (enquanto mulheres ficam mais no meio). Satisficers podem ajudar maximizadores a não deixar boas oportunidades passarem. Como ambos seguem altos padrões, a qualidade das decisões permanece,m  mas elas são tomadas mais rapidamente. Por outro lado, acredito que maximizadores possuem mais argumentos para justificar as decisões tomadas, o que é algo muito positivo quando tempo não é um fator crucial.
Ao final, o que realmente importa é ficar feliz com as decisões tomadas. Se foi boa, uhhu! Se poderia ser melhor, tudo bem, na próxima você acerta. Schwartz diz que maximizadores vão deixando de ser assim com o tempo, provavelmente por compreenderem um pequeno segredo da vida que nada precisa ser deliberadamente perfeito para ser bom.
A maioria das coisas na vida são suficientemente agradáveis, boas o bastante, “legais” em vez de “extraordinárias”. Saber se satisfazer com o suficiente (diminuindo o grau de exigência) é uma virtude, isso não apenas aumenta a satisfação com a vida no geral, como gera mais oportunidades para fazer o que se gosta. Como Erlend Øye, um dos meus músicos favoritos, explicou certa vez: “demora o mesmo tempo para se ir de 0 a 90% quanto para ir de 90% a 100%”. Então, parece ser sensato mirar nos 90%, mas 70% está bom pra caramba!"

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Como não transformar o luto em doença.

"Perdas Necessárias",  de Judith Viorst, além de ser bem escrito, ajuda muito o leitor a enfrentar as perdas que ocorrem na vida de todo mundo. A morte de um ente querido é uma das perdas mais devastadoras. Lendo o artigo de hoje, achei-o conveniente para participar com meus leitores.

Por: Juliana Conte
Lidar com a perda de um ente querido não é tarefa fácil. Entretanto, o luto é um processo pelo qual – infelizmente – todas as pessoas deverão passar a fim de amenizar o sofrimento gerado pela ausência do outro. O problema ocorre quando essa fase natural se torna mais difícil que o habitual: o que os especialistas chamam de “luto complicado”.
A psicóloga Juliana Batista, do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo, explica que todo processo de luto tem um começo, um meio e um fim.


“Diversas reações emocionais são despertadas [com a morte de alguém], como tristeza, ansiedade, culpa e raiva. Isso é muito comum. A pessoa também pode, num primeiro momento, querer se isolar do convívio social. Em relação às alterações físicas, podem ocorrer sudorese, palpitação e fraqueza, já que o corpo fica sob 
estresse. A reação varia de pessoa para pessoa, mas não há como evitar o processo de luto.”

Todo mundo se pergunta quanto tempo esse processo vai durar. Segundo a psicóloga, é bastante comum ouvir a queixa: “faz tanto tempo que fulano faleceu e a esposa ainda não superou a perda”. Na verdade, não existe um tempo certo para superar a perda de alguém, isso depende de cada pessoa, do modo como ela enfrenta e aceita a situação. Para alguns pode demorar meses, para outros, anos.
“O primeiro ano após a perda é o mais difícil, porque é nesse ano que ocorrem todos os primeiros aniversários sem a pessoa próxima. Isso não significa que seja necessário um ano exato para superar a morte. Um processo de luto é bem sucedido e finalizado quando a pessoa consegue superar a perda e seguir em frente. Não é que ela vai esquecer a pessoa, pois as lembranças e a ausência continuarão. Entretanto, a perda não vai mais ocupar um lugar de destaque [na vida dela]”, explica a psicóloga.
Ele entra no chamado “luto complicado”. Geralmente, isso acontece com pessoas que perderam entes de maneira abrupta, como em acidentes, tragédias e casos de suicídio e na morte precoce de um filho. “Nesses casos, todo pensamento e ato estarão associados à perda, a pessoa não consegue se desligar. Ela deixa de realizar as atividades costumeiras, como ir ao trabalho e ao supermercado. O problema é que, diante de um enlutado crônico, muitas vezes as pessoas querem medicá-lo para sanar os sintomas quando, na verdade, ele precisa ser ouvido”, completa a médica.
Em contrapartida, há aqueles que agem como se nada tivesse acontecido e, alguns dias depois da morte, voltam a trabalhar e lotam a agenda de compromissos. Mas, ainda segundo a especialista, indivíduos que agem assim, na verdade, precisam de cuidados especiais, pois ocupar-se excessivamente é uma maneira de fugir do problema.
“É uma forma de luto inibido. A pessoa não manifesta as formas de reação mais frequentes, como tristeza e raiva. Ou, então, de luto adiado, quando a pessoa só começa a se dar conta da perda depois de uns quinze dias”, diz Batista.
Aqueles que têm algum familiar ou amigo muito doente podem começar a vivenciar o processo de luto antecipatório, antes da morte do ente. “Dependendo do caso, esse pode ser um fator de proteção para que o familiar, de repente, não entre num luto complicado. Porque as perdas progressivas vão acontecendo num intervalo de tempo considerável e assim ele vai se acostumando com a ideia de não ter mais aquela pessoa ao lado”, esclarece.
Em relação às cinco fases do luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação), que já foram amplamente divulgadas, a psicóloga esclarece que é difícil enquadrar o paciente em uma delas, pois às vezes ele pode passar por todas as fases ao mesmo tempo ou simplesmente não passar por nenhuma.

domingo, 12 de outubro de 2014

Mulheres que abalam e conquistam os homens

Este artigo, quase essencialmente feminino, também serve para os homens. Afinal é conhecendo um ao outro que formamos uma corrente positiva para os bons relacionamentos.
É do site "Mais de trinta".





"Há um consenso quando falamos na competitividade feminina. As mulheres, em geral, são competitivas. Desejam ser as únicas no imaginário dos homens. Durante um voo, enquanto ouvia uma música brasileira que fez muito sucesso nos anos 80, me peguei pensando nisso e resolvi escrever sobre as mulheres que abalam os homens
Não tenho muito tempo de estrada, acredito ter chegado próximo a metade da vida, sendo que durante quase dois terços era adolescente, mas já tive o prazer e o desprazer de cruzar com quase todo tipo de psique feminino.
Fora minhas experiências pessoais, escrever o Pergunte ao Ursodurante quase cinco anos me apresentou às mais diversas neuroses e carências que alguém pode ter. Aprendi algumas coisas com isso, pode ter certeza. De forma geral, o que as mulheres querem, pensam, sentem e projetam nos homens não me é mais segredo. Sei que a afirmação parece pretensiosa, de fato é, mas acho que passei tanto tempo observando tanto um repertório comportamental tão diversificado que me permiti fazê-la.
Quando falamos em relacionamentos, a característica de poder impressa na essência feminina foi o que mais me chamou a atenção. Dentro de toda mulher há algo dominador, um “quê” de onipresença, porém também há uma Leila Diniz enclausurada para não chocar a tudo e a todos.
Claro que cada uma tem uma dosagem diferente desse componente, acredito que a variação seja fruto de sua criação, passando pelo modelo familiar em que foi colocada e também pelas experiências adquiridas ao longo da vida.
Boa parte sucumbe ao papel de dominação exercido pelos homens,outra confunde sua necessidade de abalar os homens com a necessidade de ser notada. Raramente noto alguém que consegue estabelecer uma linha intermediária.
Hoje vivemos o inferno que é dominado pelas periguetes e mulheres frutas. Mulheres que optaram por execrar as suas qualidades psicológicas para exaltar as habilidades físicas e, infelizmente, algumas insistem em demonstrações artísticas de voz e dança.
Por outro lado também já passamos maus bocados com as antigas “amélias”. Mulheres que se colocavam em quinto lugar em sua hierarquia de prioridades, fazendo com que seu “eu” desaparecesse, tornando-as tão interessantes como uma panela de ferro.
Periguetes e “amélias” estão mais próximas do que imaginam. É notável o esforço que cada uma faz, a sua maneira, para ter uma avaliação positiva. Praticamente imploram um julgamento masculino que seja favorável. Afirmo, não é aí que a admiração aparece.
É claro que apreciamos atitudes que tem como objetivo nos impressionar, mas isso não faz ninguém inesquecível. Tem um ditado que diz “a mulher que acha que os homens são todos iguais é a que não sabe fazer diferença na vida de um”.
Raramente cruzo alguém com esse potencial construtivo. A maior parte se foca tanto em “ter” que esquece que o “ser” é muito mais importante.

Quer realmente “ser” a mulher da vida de um homem ou apenas ser mais uma na história dele?

Algumas mulheres, quando conseguem se libertar do comportamento de massa comercializado pelos veículos de comunicação e da mesmice popular vão muito mais além do que as outras, realmente mexem com os homens, praticamente os constroem e, dependendo do caso, os destroem.
A beleza física serve apenas para atrair a atenção em um primeiro plano, não se pode apostar todas as fichas nela, até porque ela é passageira.
Não serei leviano e concordarei com a frase de Vinícius de Moraesque diz “As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”, contudo sei que beleza é subjetiva, o que é para um não é, necessariamente, para outro.
Sim, eu tenho espelho, mas não sou eu que estou em discussão e talvez a beleza masculina não seja um ponto tão importante quanto a feminina.
O que faz uma mulher inesquecível é sua integridade, inteligência, valores e força de transformação. Estas geralmente reclamam pouco e fazem muito.
Mulheres assim conseguem criar filhos sem a ajuda de pais que sumiram no mundo, estudam quando não precisam, colocam seus valores acima dos modismos e da vulgaridade medíocre, reconhecem seus erros, não supervalorizam seus acertos, têm segurança nas relações e fazem com que os homens queiram ser melhores apenas para poder estar ao lado delas.
Se você não se reconheceu em quase nada do que coloquei acima, não é problema, você pode aceitar as coisas como são ou correr atrás do tempo perdido. Concorda comigo?

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Fidelidade é exclusividade?

Tudo relativo ao amor monogâmico é complicado. As pessoas ficam pisando em ovos para discutir este assunto. Amar, ser amado, amar outro, ser deixado, traição, outro amor: tudo é complexo e pode ferir o outro. Veja o que li escrito por Regina Navarro.

Muitos associam fidelidade à exclusividade. E isso pode ser um grande equívoco. Penso que a fidelidade está no sentimento que se nutre pelo outro e nas razões que sustentam a relação. Os termos fiel/infiel e mais ainda a palavra traição talvez não sejam apropriados para caracterizar relações extraconjugais.
No casamento um episódio extraconjugal pode ocasionar dois resultados: é apenas passageiro e não rivaliza com a relação estável, que sai até reforçada — a pessoa não se sente coagida à obrigatoriedade de ter um único parceiro — ou a nova relação se torna mais intensa e mais prazerosa que a anterior e rompe-se então com a antiga.
O parceiro que é excluído, que não deseja a separação por continuar amando, vai passar por momentos difíceis. Por mais que compreenda racionalmente as razões do outro e concorde que não há alternativa — afinal isso faz parte da vida — o sentimento de ter sido rejeitado é inevitável.
Alguns tentam a reconquista. Nesse processo, desaparece o automatismo que havia na relação prolongada e também a certeza de posse. Outros, mesmo sofrendo, preferem manter-se na expectativa do que vai acontecer. Seja qual for a evolução, ela será sempre melhor do que o martírio de duas pessoas acorrentadas uma à outra por razões morais.
O psicoterapeuta José Ângelo Gaiarsa afirma que somos por tradição sagrada tão miseráveis de sentimentos amorosos que, em havendo um, já nos sentimos mais do que milionários e renunciamos com demasiada facilidade a qualquer outro prêmio lotérico (de amor).
As restrições que muitos têm o hábito de se impor por causa do outro ameaçam bem mais uma relação do que uma “infidelidade”. Reprimir os verdadeiros desejos não significa eliminá-los.
O parceiro que teve excessiva consideração tende a se sentir credor de uma gratidão especial, a considerar-se vítima, a tornar-se intolerante. Quando a fidelidade não é natural nem a renúncia gratuita, o preço se torna muito alto e pode inviabilizar a própria relação.
W.Reich afirma que nunca se denunciará bastante a influência perniciosa dos preconceitos morais nessa área. E que todos deveriam saber que o desejo sexual por outras pessoas constitui parte natural da pulsão sexual, que é normal e nada tem a ver com a moral.
Se todos soubessem, as torturas psicológicas e os crimes passionais com certeza diminuiriam e desapareceriam também inúmeros fatores e causas das perturbações psíquicas que são apenas uma solução inadequada destes problemas.

sábado, 4 de outubro de 2014

Um poema de Catulo da Paixão e outro sobre Oscar Wilde.

De vez em quando me aventuro a fazer alguma tradução. Poemas, por serem menores do que textos em prosa, são meus preferidos. O de hoje vai falar sobre Oscar Wilde, lamentavelmente condenado por ser homossexual. O outro é de nosso conhecido Catulo da Paixão Cearense. E uma pequena apresentação de ambos os autores.

Oh Who Is That Young Sinner

Oh who is that young sinner with the handcuffs on his wrists?
And what has he been after that they groan and shake their fists?
And wherefore is he wearing such a conscience-stricken air?
Oh they're taking him to prison for the colour of his hair.

'Tis a shame to human nature, such a head of hair as his;
In the good old time 'twas hanging for the colour that it is;
Though hanging isn't bad enough and flaying would be fair
For the nameless and abominable colour of his hair.

Oh a deal of pains he's taken and a pretty price he's paid
To hide his poll or dye it of a mentionable shade;
But they've pulled the beggar's hat off for the world to see and stare,
And they're haling him to justice for the colour of his hair.

Now 'tis oakum for his fingers and the treadmill for his feet
And the quarry-gang on Portland in the cold and in the heat,
And between his spells of labour in the time he has to spare
He can curse the God that made him for the colour of his hair.
 
A.E. Housman
   Alfred Edward Housman foi um poeta inglês. Em suas obras líricas aliou a pureza do classicismo a uma inspiração romântica, triste e quase fatalista. Trabalhou por dez anos no escritório de brevés britânico. . Família numerosa de 7 irmãos. Era o mais velho. Perdeu a mãe, com câncer, quando tinha 13 anos. Tornou-se ateu. Homossexual, apaixonou-se por alguém que não era. Reprimiu seu sentimento para sempre. Soltando-o em versos. Inclusive neste, de despedida:  Porque o amei tanto, tanto/ mais do que um homem poderia dizer/ Afasto-me de você e prometo/ neste pensamento,  mais não me meto.
“Quem é aquele jovem pecador” foi feito para Oscar Wilde, quando  preso acusado de homossexualismo. Usa a “cor do cabelo” como  referência ao amor entre pessoas do mesmo sexo.
    Nascimento26 de março de 1859,Bromsgrove, Reino Unido
  Falecimento30 de abril de 1936,Cambridge, Reino Unido


OH, QUEM É AQUELE JOVEM PECADOR?

Quem é aquele jovem pecador com o pulso algemado?
E como se sente depois de o vergarem e torcer seu braço?
E por que ele demonstra um ar conscientemente atribulado?
Por causa da cor de seus cabelos, levam-no para uma prisão feita de aço.


Esta cor de cabelo é uma vergonha para a natureza humana.
Naqueles velhos e bons tempos, com este cabelo já o teriam enforcado
Enforcar talvez não fosse suficiente, melhor esfolar, bem esfolado..
Por causa da vergonhosa e abominável cor de seu cabelo, de que ninguém ufana.

Sofreu bastante e até pagou um  preço bem alto.
Para esconder sua cabeça, ou pintar os cabelos com uma cor palatável.
Mas eles arrancaram seu chapéu de mendigo para todos se espantarem ao vê-los.
Arrastam-no à força para a Justiça pela cor de seus cabelos.


Em seus dedos, estopas; nos pés, rodas de moinho, como castigo.
Animal perseguido pelos cães de Portland, no verão ou no inverno cheio de gelo.
E, entre um trabalho forçado e outro, em suas folgas
Ele pode amaldiçoar ao Deus que o fez com aquela cor de cabelo.







O pássaro, o relógio e o espelho

Um pássaro engaiolado,
mestre de canto e harmonia,
disse a um relógio cansado
de tanto dar meio-dia :
-Relógio, isto não tem jeito!
Até parece chalaça!
Eu canto, sem ter proveito
e tu trabalhas, de graça !
Queres ouvir um conselho ?
Vê lá se é do teu agrado :
tu te conservas parado,
eu fecho a minha garganta,
fazendo como esse espelho,
que não dá horas nem canta !
Eu já estou desencantado
de cantar sem resultado.
E disse o relógio : - Amigo,
o mesmo se dá comigo.
Mas o espelho disse : - Não !
Nenhum dos dois tem razão.
Nenhum pássaro gorjeia,
sem ter a barriga cheia.
Nenhum relógio tem vida
sem o sustento da corda,
que a corda é a sua comida.
Eu vivo neste abandono,
sem dar despesa ao meu dono.
Sem comer corda ou alpista,
trabalho e, nesta canseira,
estou sempre retratando,
pois, quer queira, quer não queira,
tenho de ser retratista !
E, desde que fui criado
e comecei a espelhar,
nunca vi um retratado,
que, em mim se vindo mirar,
dissesse : - Muito obrigado!
que é modo civilizado
de se pagar, sem pagar.

Creditado a Catulo da Paixão Cearense
mas na realidade é de autor desconhecido.

Catulo da Paixão Cearense (São Luís do Maranhão8 de outubro de 1863 — Rio de Janeiro10 de maiode 1946) foi um poetamúsico compositor brasileiro. A data de nascimento foi por muito tempo considerada dia 31 de janeiro de 1866, pois a data original foi modificada para que Catulo pudesse ser nomeado ao serviço público.
Filho de Amâncio José Paixão Cearense (natural do Ceará) e Maria Celestina Braga (natural do Maranhão).
Mudou-se para o Rio em 1880, aos 17 anos, com a família. Trabalhou como relojoeiro. Conheceu vários chorões da época, Boêmio, morreu na  pobreza.
Em algumas composições teve a colaboração de alguns parceiros: Anacleto de MedeirosErnesto NazarethChiquinha GonzagaFrancisco Braga e outros.
Suas mais famosas composições são Luar do Sertão (em parceria com João Pernambuco), de 1914, que na opinião de Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo brasileiro, e a letra para Flor amorosa, que havia sido composta por Joaquim Calado em 1867. Também é o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da "modinha".

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Oito mitos sobre o casamento que você deve combater.

....... se v
.... se você quiser manter esta união amorosa. Não existe coisa mais antiga do que o casamento e mais eivada de mitos do que ele. Pense, use a cabeça e reveja estas bobagens que talvez tenham acompanhado a sua vida toda.

Li e gostei do texto.



agem : 1º MITO - DEPOIS DE CASAR EU DOU UM JEITO NAQUILO QUE ME INCOMODA: segundo o psicólogo Luciano Passianotto, terapeuta de casal do CINAPSI (Centro Integrado de Neuropsicologia e Psicologia), de São Paulo (SP), as pessoas se esquecem que durante a fase de namoro o casal mora separado, se encontrando nos momentos mais propícios a atividades prazerosas. "Trata-se de uma fase em que a paixão e a sensação de conquista são acentuados", diz. Depois do casamento, ambos tendem a colocar menos atenção no parceiro para se dedicar mais a outras necessidades, como vida profissional, filhos e afazeres domésticos. "Por isso é que se um comportamento indesejado não mudou durante o período que costuma ser o de maior dedicação ao outro, será muito mais difícil depois", diz Luciano. Já a psicóloga e psicodramatista Adelsa Cunha, co-organizadora do livro "Por Todas as Formas de Amor - O Psicodramatista Diante das Relações Amorosas" (Ed. Ágora), lembra que temperamento, hábitos antigos, valores morais e culturais não são nada fáceis de mudar. "A convivência vai nos mostrando tudo o que nos incomoda no outro, por isso ninguém deve estabelecer um relacionamento acreditando que vai mudar o outro. Antes, devemos mudar a nós mesmos e verificarmos se conseguimos conviver com os defeitos alheios", fala a escritora.

2º MITO - FILHO UNE AINDA MAIS O CASAL: em primeiro lugar, o fortalecimento do vínculo amoroso depende do quanto o casal está preparado para lidar com a chegada de um bebê. Uma visão romantizada da maternidade/paternidade pode causar imensas decepções. "Me assusto muito quando ouço frases do tipo 'Estamos pensando em ter um filho para alegrar o ambiente, pois caímos na rotina'. Acho complicado um casal desejar gerar uma criança dando-lhe a responsabilidade de harmonizar a relação", declara Alessandro Vianna, psicólogo clínico de São Paulo (SP). É importante lembrar que filhos requerem uma mudança radical no estilo de vida do casal e demandam um tempo que não será mais investido na relação. "Um filho sempre representa algo em comum, mas nunca é garantia de união", afirma Luciano Passianotto. Aliás, a chegada de um bebê pode representar o fim do par, se não houver preparo. "Tudo depende do vínculo amoroso, do projeto de vida em comum e do momento. Se um casal tem como projeto ter filhos, certamente, o filho pode unir, pois estarão realizando um objetivo comum. Mas não se deve esquecer que a chegada de um filho altera profundamente a relação de homens e mulheres que passam a exercer também os papéis de pais e mães, além de todos os demais", completa Adelsa.

3º MITO - NUNCA SE DEVE DORMIR BRIGADO COM O OUTRO: o que há de tão grave nisso? Será que não é mais sábio lançar mão daquele antigo ditado "nada como um dia após o outro e uma noite no meio"? Para o terapeuta de casal Luciano Passianotto, os problemas devem sempre ser resolvidos o quanto antes para evitar preocupações e a sensação de que algo errado está se arrastando, mas tentar resolver conflitos de cabeça quente impede o par de pensar adequadamente. Nem todas as questões precisam ser resolvidas no mesmo dia em que acontecem, principalmente quando os ânimos estão exaltados. "Às vezes, digerir o ocorrido e esperar passar a reação emocional ajuda a compreender mais amplamente o acontecido e permite conversas mais produtivas", diz a psicóloga.

4º MITO - VAMOS SEMPRE AMAR RECEBER AMIGOS EM CASA: trata-se de um mito que tem muito a ver com uma visão romantizada (e um tanto adolescente) do casamento. É comum e desejável que recém-casados demonstrem entusiasmo com a casa nova. E é normal, ainda, o desejo de compartilhar essa alegria com os mais chegados. Mas esperar que o fato de receber os amigos seja uma espécie de termômetro da felicidade em comum é uma ideia equivocada. Cansaço, vontade de curtir o próprio canto sem interferências, filhos e trabalho em excesso são fatores que, em algumas circunstâncias, nem permitem que o casal se veja direito ao longo da semana contribuem para que as coisas não saiam como planejado. "A vida social é muito importante para o casal, mas deve trazer prazer para ambos. Receber amigos em casa foge da rotina do dia a dia e exige planejamento. Pode ser desgastante, dependendo da frequência. O importante é buscar sempre manter um equilíbrio", diz Luciano. "Ter a casa cheia de amigos não vai garantir a felicidade nem a longevidade de nenhuma relação amorosa", completa Adelsa Cunha

5º MITO - EXCESSO DE INTIMIDADE ESTRAGA A RELAÇÃO: na opinião do psicólogo Luciano Passianotto, pessoas que dizem que o excesso de intimidade estraga a relação estão normalmente preocupadas em manter um clima de conquista entre os dois, onde sempre há algo de oculto a se descobrir. "Entretanto, uma coisa não tem relação nenhuma com a outra. O casal pode sempre conseguir satisfação sentimental e principalmente sexual sendo muito íntimos", afirma. O bom senso é sempre recomendável, pois a convivência permite uma intimidade que pode ser muito gostosa e positiva. "É bobagem, por exemplo, uma mulher se esforçar diariamente para acordar antes do parceiro para que ele não a veja acordando. Quem ama de verdade, ama a pessoa inteira, mesmo com olhos inchados, cabelos despenteados e etc.", explica a psicóloga Adelsa Cunha, que diz que, por outro lado, é desnecessário impor ao outro coisas incômodas e/ou escatológicas. "O que estraga a relação, nesse caso, é a falta de respeito com o outro, a não percepção do limite do que é aceito e o que incomoda", fala a especialista.

6º MITO - OS DOIS PRECISAM ESTAR DE ACORDO PARA TOMAR UMA DECISÃO: ceder, em alguns casos, não significa abrir mão de valores e crenças, mas saber tomar uma atitude inteligente e madura para o bem do casal. E, dependendo das circunstâncias, a falta de acordo faz com que o casal permaneça paralisado. Por mais parecidas que sejam as mentalidades, sempre haverá opiniões dissonantes e tentar convencer o outro a mudar de opinião pode gerar conflitos desnecessários, além de ser desrespeitoso. "O ideal seria ambos manterem suas opiniões e haver concessões alternadas de ambos os lados", diz Luciano. "O grande erro é que algumas pessoas cedem demais e um dia acabam explodindo. Daí o risco de fracassar a relação. Devemos ceder, sim, mas sem nos agredir", comenta o psicólogo clínico Alessandro Vianna.

7º MITO - É PRECISO ACEITAR OS DEFEITOS DO OUTRO PARA SER FELIZ: todas as pessoas têm defeitos; uns maiores, outros menores. Apesar de, em geral, o período do namoro servir para identificar e discutir todos antes da decisão pelo casamento, isso não funciona muito na prática, já que alguns defeitos somente são percebidos com a convivência. "A comunicação é importante para que ambos saibam o quanto determinado comportamento afeta o outro. Nos problemas maiores, deve-se discutir em busca de uma mudança de hábito, mas os menores devem também ser relevados, para evitar um clima de eterna tensão", explica Luciano Passianotto.

8º MITO - ACONTEÇA O QUE ACONTECER, VAMOS MANTER A CHAMA DA PAIXÃO ACESA: de acordo com o psicólogo clínico Alessandro Vianna, toda relação é cíclica. "Não existe a menor possibilidade de manter o padrão das primeiras semanas ou meses; o importante é ter qualidade, equilíbrio e motivação para investir no relacionamento, considerando que todos eles têm altos e baixos". Segundo a psicóloga e psicodramatista Adelsa Cunha, entre o desejado e o possível costuma haver uma estrada difícil, e esse mito apenas serve para perpetuar a ideia romântica de que o amor, quando encontrado, é para sempre. Mas tudo na vida passa por mudanças, e não poderia ser diferente com as relações. "Haverá fases em que a paixão estará muito acesa e, em outras, será substituída por outros sentimentos. Como a sexualidade é um dos pilares que mantêm uma relação amorosa, buscar criar momentos que possam estimulá-la é essencial. Porém, é ilusão pensar que em todo e qualquer momento da vida conjugal isso acontecerá", diz Adelsa.