Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Humor, Anedota e Piadas.


Levar a vida com bom humor é a receita dada por 9 entre 10 gurus de auto ajuda. Concordo e assino embaixo. Até a Seleções do Readers Digest tinha uma página chamada “Rir é o Melhor Remédio”, minha seção predileta. Sou naturalmente bem humorado e – às vezes – um bom contador de piadas. Anos atrás, um amigo e eu queríamos escrever um livro de piadas. O título seria “As 500 do Mário”. O projeto não foi para frente. Escrevi o prefácio (hilário) e coletamos umas 20 piadas e ficamos por aí.
Humorista sofre. Tem que contar sempre piadas novas. Se ele  repete, o povo reclama: essa é velha. Cantor, não. Pode cantar e repetir ad nauseam as canções. Olha o Roberto Carlos, cantando os Botões da Blusa até rebentar os botões e ninguém reclama.  E o momento do politicamente correto é desastroso. Terrível. O ideal é contar piadas velhas para gente nova e piadas novas para gente velha. (O que já é uma piada)
E qual a diferença entre anedota e piada? Pouca. O que diz o Aurélio?  “Anedota: relato sucinto de um fato jocoso ou curioso” e “Piada: pilhéria, chiste, dito engraçado e espirituoso”.
Hoje passo aos leitores algumas que li, ouvi, e achei engraçadas.
São anedotas ou piadas? O leitor decide.

O Pastor Exorcista.
Ele era famoso na região por expulsar os demônios nos encontros que promovia em sua igreja, para onde acorriam centenas de pessoas. Numa destas reuniões, uma mulher, toda agitada e babando, foi levada até ele que, colocando as mãos sobre a testa, empurrava-a e gritava:
DESALOJA.
Nada. Ele insistia no DESALOJA.
Nada. Aí, ele mesmo ficou agitado e gritava insistente e rapidamente: desaloja desaloja disaloja disaloja DIZ A LOJA DIZ A LOJA.
A moça parou de debater, de babar, abriu a bolsa e jogou um monte de carnês da Casa Bahia, Magazine Luiza e Ricardo Eletro.


Confundindo as mulheres.
Dois amigos acabaram se encontrando numa das esquinas de Belo Horizonte.
- O que foi? Você sumiu.
- Ah, viajei. Uma viagem pelo mundo afora.
- É mês? Oncefoi? (É mesmo? Onde você foi?)
- Ásia, Estados Unidos, Europa, África.
- E as mulheres? Me fala delas.
- Na Alemanha...
- Como são as germânicas?
- Ótimas. Grandes, louras, olhos claros. No Japão...
- Como são as nipônicas?
- Muito interessantes. Carinhosas, amáveis. No Egito...
- E as pirâmides?
- Gostei, não. Frias, distantes, insensíveis...

Mãe e filha pobres na padaria.
Uma mãe muito pobre, mas vestida honestamente, e sua filha pequena de 7 anos chegaram até a padaria e pediram ao dono para dar um pão para elas. Condoído das duas, o dono deu um pão para cada uma. Feliz, a mãe diz para a menina.
- O que a gente fala para o moço, filha?
- Ô moço, passa manteiga...

O Maníaco Assassino. (escabrosa)
Já fazia tempo que ele pegava suas vítimas, levava a um lugar ermo e as matava. Sempre avisava para onde ia levá-las. A última ponderou:
- Ah, lá é longe, ermo e abandonado.
- Pior para mim que tenho que voltar sozinho.



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Poema para o Bernardo.


Entusiasmado e cheio de alegria e orgulho pela presença de meu neto, não tive como evitar colocar no papel o que sentia. E saiu o poema, festivamente recebido pela família.
Coloco-o para meus leitores.



POEMA AO NETO BERNARDO.
Mário Cleber da Silva.

Que anjo louro de cabelo encaracolado
Se compara ao meu neto Bernardo?
Que anjo louro consegue sorrir
Como meu neto ao olhar para mim?

Que estrela distante e brilhante
Tem o calor da pele de meu neto menino?
Que água pura de fonte cristalina
Tem a beleza de sua alegria constante?

Quem consegue me acenar com seus dedinhos no ar
Fazendo piruetas de música e retretas?

Que a todo minuto, quando o relógio faz tic-tac,
Me chama gritando Vovô Mac, Vovô Mac

Só neto é soneto de avô
Que canta seu amor 
Para o menino cuja presença
Lhe dá alegria e felicidade
Em sua vida antigamente tão só.

Bernardo é só ventura, pouso bom
Aos olhos cansados do avô.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cuba. A.C. (Antes de Castro)


CUBA ANTES DA REVOLUÇÃO CASTRISTA.

Tenho me esforçado para não colocar assuntos políticos aqui (e que esforço!), sobretudo político-partidários. Recentemente li o livro ”História Politicamente Incorreta da América Latina”. Apesar da crítica aos autores (são da direita, como se a direita não pudesse ter pensadores. Lembrem-se de Gustavo Corção, Roberto Campos e, não muito longe, Delfim Neto.), apesar da crítica, repito, o livro suscita, no mínimo, muitas dúvidas. E evidentemente tocou no assunto Cuba, a Ilha muito festejada mundo afora. Poucos, quer da direita quer da esquerda (conceitos por sinal, obsoletos), fazem autocríticas. Achei muito pertinente colocar o texto, longo, mas esclarecedor para quem tem mente aberta.
Como filosofias de certos governos podem arrasar países!!!

O que foi que aconteceu com Cuba?


A primeira nação da América espanhola que utilizou máquinas e barcos a vapor foi Cuba, em 1829.

A primeira nação da América Latina e a terceira no mundo (atrás da Inglaterra e dos EUA) a ter uma ferrovia foi Cuba, em 1837.

Foi um cubano que primeiro aplicou anestesia com éter na América Latina, em 1847.

A primeira demonstração, a nível mundial, de uma indústria movida a eletricidade foi em Havana, em 1877.

Em 1881, foi um médico cubano, Carlos J. Finlay, que descobriu o agente transmissor da febre amarela e definiu sua prevenção e tratamento.

O primeiro sistema elétrico de iluminação em toda a América Latina foi instalado em Cuba, em 1889.

Entre 1825 e 1897, entre 60 e 75% de toda a renda bruta que a Espanha recebeu do exterior vieram de Cuba.

Antes do final do Século XVIII Cuba aboliu as touradas por considerá-las "impopulares, sanguinárias e abusivas com os animais".

O primeiro bonde que circulou na América Latina foi em Havana, em 1900.

Também em 1900, antes de qualquer outro país na América Latina, foi em Havana que chegou o primeiro automóvel.

A primeira cidade do mundo a ter telefonia com ligação direta (sem necessidade de telefonista) foi em Havana, em 1906.

Em 1907, estreou em Havana o primeiro aparelho de Raios-X em toda a América Latina.

Em 19 maio de 1913 quem primeiro realizou um vôo em toda a América Latina foram os cubanos Agustin Parla e Rosillo Domingo, entre Cuba e Key West, que durou uma hora e quarenta minutos.

O primeiro país da América Latina a conceder o divórcio a casais em conflito foi Cuba, em 1918.

O primeiro latino-americano a ganhar um campeonato mundial de xadrez foi o cubano José Raúl Capablanca que, por sua vez, foi o primeiro campeão mundial de xadrez nascido em um país subdesenvolvido. Ele venceu todos os campeonatos mundiais de 1921-1927.

Em 1922, Cuba foi o segundo país no mundo a abrir uma estação de rádio e o primeiro país do mundo a transmitir um concerto de música e apresentar uma notícia pelo rádio.

A primeira locutora de rádio do mundo foi uma cubana: Esther Perea de la Torre. 

Em 1928, Cuba tinha e 61 estações de rádio, 43 deles em Havana, ocupando o quarto lugar no mundo, perdendo apenas para os EUA, Canadá e União Soviética. Cuba foi o primeiro no mundo em número de estações por população e área territorial.

Em 1937, Cuba decretou pela primeira vez na América Latina, a jornada de trabalho de 8 horas, o salário mínimo e a autonomia universitária.

Em 1940, Cuba foi o primeiro país da América Latina a ter um presidente da raça negra, eleita por sufrágio universal, por maioria absoluta, quando a maioria da população era branca. Ela se adiantou em 68 anos aos Estados Unidos.

Em 1940, Cuba adotou a mais avançada Constituição de todas as constituições do mundo. 

Na América Latina foi o primeiro país a conceder o direito de voto às mulheres, igualdade de direitos entre os sexos e raças, bem como o direito das mulheres trabalharem.

O movimento feminista na América Latina apareceu pela primeira vez no final dos anos trinta em Cuba. Ela se antecipou à Espanha em 36 anos, que só concedeur às mulheres espanholas o direito de voto, o posse de seus filhos, bem como poder tirar passaporte ou ter o direito de abrir uma conta bancária sem autorização do marido, em 1976.

Em 1942, um cubano se torna o primeiro diretor musical latino-americana de uma produção cinematográfica mundial e também o primeiro a receber indicação para o Oscar norte-americano. Seu nome: Ernesto Lecuona.

O segundo país do mundo a emitir uma transmissão pela TV foi Cuba em 1950. As maiores estrelas de toda a América, que não tinham chance em seus países, foram para Havana para atuarem nos seus canais de televisão.

O primeiro hotel a ter ar condicionado em todo o mundo foi construído em Havana: o Hotel Riviera em 1951.

O primeiro prédio construído em concreto armado em todo o mundo ficava em Havana: O Focsa, em 1952.

Em 1954, Cuba tem uma cabeça de gado por pessoa. O país ocupava a terceira posição na América Latina (depois de Argentina e Uruguai) no consumo de carne per capita.

Em 1955, Cuba é o segundo país na América Latina com a menor taxa de mortalidade infantil (33,4 por mil nascimentos).

Em 1956 a ONU reconheceu Cuba como o segundo país na América Latina com as menores taxas de analfabetismo (apenas 23,6%). As taxas do Haiti era de 90%; e El Salvador, Bolívia, Venezuela, Brasil, Peru, Guatemala e República Dominicana 50%.

Em 1957, a ONU reconheceu Cuba como o melhor país da América Latina em número de médicos per capita (1 por 957 habitantes); com o maior percentual de casas com energia elétrica; e com o maior número de calorias (2870) ingeridas per capita.

Em 1958, Cuba é o segundo país do mundo a emitir uma transmissão de televisão a cores.

Em 1958, Cuba é o país da América Latina com maior número de automóveis (160.000, um para cada 38 habitantes). Era quem mais possuía eletrodomésticos. O país com o maior número de quilômetros de ferrovias por km2 e o segundo no número total de aparelhos de rádio.

Ao longo dos anos cinqüenta, Cuba detinha o segundo e terceiro lugar em internações per capita na América Latina, à frente da Itália e mais que o dobro da Espanha.

Em 1958, apesar da sua pequena extensão e possuindo apenas 6,5 milhões de habitantes, Cuba era 29ª economia do mundo.

Em 1959, Havana era a cidade do mundo com o maior número de salas de cinema (358) batendo Nova York e Paris, que ficaram em segundo lugar e terceiro, respectivamente.

E aí aconteceu 1959...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

" Conselho aos da minha geração" - do Pachecão.


Não resisti. A Maria Tereza, amiga, colega e leitora, sempre me envia bons textos. O mais recente foi este “conselho” do Pachecão. Quem mora em Belo Horizonte há muito tempo já ouviu falar do Pachecão. Um grande e diferente professor de, creio, . matemática, que fez muito sucesso nos anos 80 e 90 do século passado.. Anda sumido. Falaram-me que tinha mudado. Não sei. Mas, como eu dizia, não resisti à leitura e mando para vocês, acompanhantes de meu blog. E ele escreve bem. Vou cair no lugar comum: faço minhas as suas palavras.

 Conselho aos da minha geração.  

Estamos envelhecendo. Não nos preocupemos! De que adianta, é assim mesmo. Isso é um processo natural. É uma lei do Universo conhecida como a 2ª Lei da Termodinâmica ou Lei da Entropia. Essa lei diz que: A energia de um corpo tende a se degenerar e com isso a desordem do sistema aumenta. Portanto, tudo que foi composto será decomposto, tudo que foi construído será destruído, tudo foi feito para acabar. Como fazemos parte do universo, essa lei também opera em nós. Com o tempo os membros se enfraquecem, os sentidos se embotam. Sendo assim, relaxe e aproveite. Parafraseando Freud: “A morte é o alvo de tudo que vive”. Se você deixar o seu carro no alto de uma montanha daqui a 10 anos ele estará todo carcomido. O mesmo acontece a nós. O conselho é: Viva. Faça apenas isso. Preocupe-se com um dia de cada vez. Como disse um dos meus amigos à sua esposa: “me use, estou acabando!”. Hilário, porém realista.
Ficar velho e cheio de rugas é natural. Não queira ser jovem novamente, você já foi. Pare de evocar lembranças de romances mortos, vai se ferir com a dor que a si próprio inflige. Já viveu essa fase, reconcilie com a sua situação e permita que o passado se torne passado. Esse é o pré-requisito da felicidade. “O passado é lenha calcinada. O futuro é o tempo que nos resta: finito, porém incerto” como já dizia Cícero. Abra a mão daquela beleza exuberante, da memória infalível, da ausência da barriguinha, da vasta cabeleira e do alto desempenho pra não se tornar caricatura de si mesmo. Fazendo isso ganhará qualidade de vida. Querer reconquistar esse passado seria um retrocesso e o preço a ser pago será muito elevado. Serão muitas plásticas, muitos riscos e mesmo assim você verá que não ficou como outrora. A flor da idade ficou no pó da estrada. Então, para que se preocupar?! Guarde os bisturis e toca a vida.
Você sabe quem enche os consultórios dos cirurgiões plásticos? Os bonitos. Você nunca me verá por lá. Para o bonito, cada ruga que aparece é uma tragédia, para o feio ela é até bem vinda, quem sabe pode melhorar, ele ainda alimenta uma esperança. Os feios são mais felizes, mais despreocupados com a beleza, na verdade ela nunca lhes fez falta, utilizaram-se de outros atributos e recursos. Inclusive tem uns que melhoram na medida em que envelhecem. Para que se preocupar com as rugas, você demorou tanto para tê-las! Suas memórias estão salvas nelas. Não seja obcecado pelas aparências, livre-se das coisas superficiais. O negócio é zombar do corpo disforme e dos membros enfraquecidos.
Essa resistência em aceitar as leis da natureza acaba espalhando sofrimento por todos os cantos. Advêm consequências desastrosas quando se busca a mocidade eterna, as infinitas paixões, os prazeres sutis e secretos, as loucas alegrias e os desenfreados prazeres. Isso se transforma numa dor que você não tem como aliviar e condena a ruína sua própria alma. Discreto, sem barulho ou alarde, aceite as imposições da natureza e viva a sua fase. Sofrer é tentar resgatar algo que deveria ter vivido e não viveu. Se não viveu na fase devida o melhor a fazer é esquecer. A causa do sofrimento está no apego, está em querer que dure o que não foi feito para durar. É viver uma fase que não é mais sua. Tente controlar essas emoções destrutivas e os impulsos mais sombrios. Isso pode sufocar a vida e esvaziá-la de sentido.Não dê ouvidos a isso, temos a tentação de enfrentar crises sem o menor fundamento. Sua mente estará sempre em conflito se ela se sentir insegura. A vida é o que importa. Concentre-se nisso. A sabedoria consiste em aceitar nossos limites.
Você não tem de experimentar todas as coisas, passar por todas as estradas e conhecer todas as cidades. Isso é loucura, é exagero. Faça o que pode ser feito com o que está disponível. Quer um conselho? Esqueça. Para o seu bem, esqueça o que passou. Têm tantas coisas interessantes para se viver na fase em que está. Coisas do passado não te pertencem mais. Se você tem esposa e filhos experimente vivenciar algo que ainda não viveram juntos, faça a festa, celebre a vida, agora você tem mais tempo, aproveite essa disponibilidade e desfrute. Aceitando ou não o processo vai continuar. Assuma viver com dignidade e nobreza a partir de agora. Nada nos pertence. 
Tive um aluno com 60 anos de idade que nunca havia saído de Belo Horizonte. Não posso dizer que pelo fato de conhecer grande parte do Brasil sou mais feliz que ele. Muito pelo contrário, parecia exatamente o oposto. O que importa é o que está dentro de nós, a velha máxima continua atual como nunca: “quem tem muito dentro precisa ter pouco fora”. Esse é o segredo de uma boa vida.
Forte abraço
Pachecão






segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Separação sem traumatizar os filhos adolescentes

O tema pode parecer recorrente, mas o enfoque é novo : trauma nos filhos adolescentes. E afinal sempre podemos aproveitar conosco mesmo ou ajudar amigos nesta situação.

COMO SE SEPARAR SEM TRAUMATIZAR OS FILHOS ADOLESCENTES.

Houve uma época em que as separações eram menos comuns. O divórcio não era legalmente reconhecido e havia o mito de que os pais permanecerem juntos era sempre a melhor opção para os filhos. E, é claro, existia o estigma: filhos de pais separados eram vistos com preconceito e considerados problemáticos. Hoje, as pessoas se casam considerando que a união não será, necessariamente, para sempre, e a separação é uma possibilidade, caso a relação não dê certo.

Toda essa evolução comportamental ajudou a acabar com a discriminação, mas não foi suficiente para zerar um dos maiores efeitos do divórcio: a dor e o sofrimento de seus envolvidos, principalmente dos filhos. A situação se torna ainda mais complexa se eles estão na adolescência, fase de mudanças em que tudo –em especial uma frustração– parece mais intenso.

Segundo a psicóloga Marilia Castello Branco, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), as perdas –como uma separação, mudanças, doenças, mortes e conflitos– podem deixar marcas no ser humano, mas fazem parte da vida.  "Lidar com elas e com as marcas que inevitavelmente irão deixar é importante no processo de crescimento. Tentar manter os filhos protegidos desses acontecimentos pode causar ainda mais prejuízos, mantendo-os frágeis e incapazes de lidar com as dificuldades da vida", afirma.
Os adultos costumam temer a reação dos adolescentes, mas nem sempre se pode prevê-la. Ela vai depender da personalidade, do grau de amadurecimento, da relação com os pais, da situação atual em casa. "Já vi jovens ficarem bastante abalados e levarem um grande tempo até aceitarem a realidade da separação, mas também conheço outros que, diante dos inúmeros conflitos que estavam presenciando em casa, sugeriram ou até pediram aos pais que se separassem", conta Marilia Castello Branco.
Para a terapeuta cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira, os efeitos nocivos do divórcio sobre os filhos estão mais relacionados aos sentimentos negativos dos pais –culpa, raiva, estresse e inabilidade para enfrentar as crises– do que às questões de assimilação e aceitação, pelos filhos, das mudanças no formato da relação. "Em muitos casos, a separação pode beneficiar as relações. Na medida em que elaboram as perdas, as pessoas reconhecem os ganhos e passam a valorizar o tempo de convivência", afirma.

Sinceridade é fundamental
A hora de abrir o jogo para os filhos é sempre dolorosa. A psicoterapeuta Gisela Castanho diz que os pais devem dar, juntos,  a notícia. "Não é preciso entrar em detalhes sobre a vida do casal, afinal, isso só diz respeito aos pais. Mas é importante deixar claro que é o casal que está se desfazendo, não a família. Não existe ex-pai ou ex-mãe. O adolescente, mesmo que chocado ou revoltado, precisa sentir desde o início que não perderá o amor e o amparo dos pais", explica a especialista.
"É bom usar frases simples e verdadeiras, sem dramas, sentimentos de vitimização ou acusações contra a outra parte", diz Mara Lúcia Madureira.  Para que os filhos se sintam seguros, os pais precisam, de preferência, já ter decidido sobre com quem o adolescente vai morar, como será o esquema de visitas e toda a nova configuração familiar. "Saber como a vida vai funcionar dali em diante dá tranquilidade", conta Gisela. 
Durante a conversa, ambos devem se concentrar nos aspectos positivos da história que viveram –e mostrar que essa trajetória em comum valeu a pena, porque geraram um filho juntos, mas que agora não vale mais e que todos merecem ser felizes. Os pais não devem se encher de culpa pelo sofrimento causado aos filhos, já que, em longo prazo, o divórcio causa menos danos do que viver em um lar infeliz, permeado por brigas e ofensas. 
"Manter um casamento a todo custo, mesmo quando ele já não faz sentido, ‘em nome dos filhos’, pode ser muito prejudicial para um adolescente. Ele pode se sentir responsável ou culpado pelos problemas dos pais, além de estar exposto a um exemplo de relacionamento muito pouco saudável, baseado em mentiras", declara a psicóloga Marilia Castello Branco.

Em situações em que o adolescente fica tão magoado que se recusa a ver um dos pais (em geral, aquele que sai de casa) é essencial ter paciência com a mágoa, de acordo com Gisela Castanho. "Por mais que o filho diga palavras duras, os pais devem entender que o adolescente está vivenciando um tipo de luto. E continuar a batalhar por seu afeto, não desistir jamais de manter um bom relacionamento", explica a psicoterapeuta, que afirma que o primeiro ano é sempre o mais difícil.
A terapeuta Mara Lúcia Madureira explica que os pais devem deixar claro que respeitam os sentimentos e a dor que eles possam estar sentindo, mas que manifestações excessivas de raiva, além de serem irracionais, não dão a ninguém o direito de ser cruel consigo ou com os outros. As demonstrações de carinho e afeto são fundamentais para combater possíveis atitudes de revolta ou agressividade. Não são poucos os adolescentes que, para confrontar os pais, os desrespeitam se sentem no direito de fazer o que bem querem, já que os adultos tomaram a decisão que consideraram melhor para si.

"Pai e mãe devem ser firmes nesse momento e reafirmar, sempre que necessário, sua autoridade", diz Gisela. E não é só a rebeldia que precisa ser trabalhada: jovens introvertidos necessitam de ajuda dos pais para expressar suas emoções. "Pai e mãe devem avisar que estão disponíveis para conversar novamente sobre o assunto quantas vezes forem necessárias. E cumprir o que dizem, sem esperar que o adolescente tome a iniciativa", diz a psicóloga Marilia Castello Branco. Ela conta ainda que o maior medo dos filhos é do abandono. "É importante que eles tenham certeza de que as casas de ambos, pai e mãe, são deles também. E a possibilidade de alternar entre essas casas com liberdade e tranquilidade pode trazer mais segurança", afirma a especialista.


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O Andar do Bêbado


FRASES E IDEIAS TIRADAS DO LIVRO “O ANDAR DO BÊBADO”, DE LEONARD ML0DINOV.
(aperitivos para vocês fazerem a leitura completa do livro)
 
O andar do bêbado é um termo usado para falar de como as células se movimentam: sem um rumo certo, definido. Mas aleatoriamente. Assim também acontecem as coisas em nossas vidas: muitas vezes sem controle.
O acaso está presente na vida que levamos. Onipresente. Quase tudo acontece por acaso. Nosso próprio nascimento (imaginem, milhões e milhões de espermatozóides em direção ao óvulo. Se aquele tivesse atrasado, eu não teria nascido.).
Um parêntese: o autor diz como ele nasceu por acaso, ou melhor – filho de judeus – ele deve sua vida a Hitler. Naquele momento terrível na história da humanidade, o pai do autor foi mandado para um campo de concentração. A mulher do pai também. Ele, o pai, sobreviveu. A esposa não. Ele foi para os Estados Unidos. Lá encontrou uma mulher que também tinha vivido em outro campo de concentração. Casaram-se e o autor do livro nasceu.
Mas nossa mente quer causa definida, quer tudo certinho. Precisa de explicações. Ou as cria.
Fazemos julgamentos equivocados diante da incerteza. Se o chefe (preocupado com mil coisas) passa e não nos cumprimenta, a nossa mente já trabalha para a nossa própria demissão.
Tendência à média: casais muito altos, ou muito bonitos ou muito baixos ou muito inteligentes terão filhos MENOS altos, MENOS bonitos ou MENOS baixos ou MENOS  inteligentes.
A intuição sobre aleatoriedade é falha: fico doente se comer aquele churrasquinho de gato de tarde com calorão?
A genialidade não implica sucesso, MAS presumimos isto. Niemeyer foi gênio e fez sucesso. Eike Batista fez sucesso.
Efeitos extraordinários podem ocorrer sem causas extraordinárias, MAS buscamos explicações extraordinárias e ou mirabolantes.
Damos maior importância e lembramos mais das coisas que nos marcaram. Exemplo: lembramos de quando caíram as torres gêmeas. Eu me lembro do dia em que lancei meu livro. No dia em que entrei no seminário.
O tempo de vida é imprevisível. Ninguém saberá quanto tempo viverá. O que é uma sorte para nós: viveríamos tensos demais se soubéssemos de nossa morte.
As pesquisas sobre expectativas de vida só começaram na Inglaterra no ano de 1662.
Padres, pastores e rabinos não vivem mais que outros: preces não aumentam tempo de vida.
Na busca do sucesso é MAIS importante a persistência diante das adversidades do que o talento. Caso de escritores que tentam a publicação de seus livros e, às vezes não conseguem. Depois, por um motivo ou outro, os livros são publicados e fazem maior sucesso.
O sucesso em toda atividade se baseia neste tripé: acaso, dedicação e talento.
A nossa mente funciona do seguinte modo:
- assimilando dados.
- preenchendo lacunas.
- buscando padrões.
As pessoas querem e precisam do controle do ambiente: o bêbado tem MENOS medo de dirigir do que quando está no avião quando este passa por turbulência.
O que provoca stress e doença é a sensação de desamparo e falta de controle.
Quem controla seu ambiente vive mais e com melhor qualidade.
Buscamos indícios que confirmem nossas idéias preconcebidas.
Não percebemos a aleatoriedade porque TENDEMOS a ver exatamente o que esperamos ver.
Avaliamos os outros pelas expectativas que temos.
 
A probabilidade em jogos de azar  ocupa um bom espaço no livro.. Quem gosta de ler sobre jogos deve ver o que ele fala sobre futebol americano, basquete e loterias. Quanto a esta última, o autor tem um caso curioso para contar. Um apostador sonhou por 7 noites seguidas com o número 7. Aí ele pensou: 7 vezes 7 é igual a ... 48. E jogou no número 48 e ganhou milhões de dólares. Isto é ou não é acaso? Se ele fosse bom na multiplicação, ele nunca teria acertado.
 
 
 
 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Mais carentes no final do ano?


No final do ano ocorre um aumento do número de suicídio em várias partes do mundo. As pessoas ficam mais tristes, há uma corrida desenfreada para comemorações. Viajar quase se torna uma obrigação. Ficar em casa, na própria cidade, parece ser pecado mortal. E se pensa muito no amor. Se estamos acompanhados, vem a pergunta: está valendo a pena? Deixo-o , ou deixo-a? Se sozinhos, vem outros questionamentos. Li este artigo de uma psicanalista e passo para vocês.


FICAMOS MAIS CARENTES NO FINAL DO ANO.

por Tatiana Ades

"... se você se bastar sozinha (o), certamente saberá escolher uma pessoa que irá somar"
No fim do ano todos nós ficamos mais carentes e questionamos nossos relacionamentos e planos futuros.
Essa reação é normal, pois colocamos tudo na balança e nos perguntamos se iremos conseguir um amor melhor no próximo ano ou alguém que realmente nos entenda e nos acrescente.

É importante que saibamos questionar o tempo todas as nossas atitudes e as alheias também, principalmente se estivermos falando em parceiros. Vamos avaliar o que é importante refletir.

Estou com alguém por carência ou satisfação? 

1ª) Você está feliz por estar com alguém ou está feliz por estar ao lado de alguém “especial para você?”

2ª) Você sente que a pessoa ao seu lado te acrescenta emocionalmente, alimenta seus sonhos, admira você e apoia suas metas? Você tem a capacidade de fazer o mesmo?

3ª) A sua carência te faz aceitar o primeiro homem ou mulher que diz querer algo sério? Sente que se entrega a essa pessoa sem conhecê-la bem?

4ª) Você acredita num futuro seguro, agradável e respeitoso com a pessoa que está? Se sente estimulado (a) ao estar ao lado dela?

5ª) O que é mais importante para você? A sua felicidade estando sozinha (o) ou estar com alguém ao lado, mesmo estando infeliz?

Pense bem nestas questões, coloque todas as afirmações que respondeu “sim” na balança de sua vida e pare para pensar se você está se autoagredindo estando ao lado de alguém por pura carência ou se está ao lado de alguém que te acrescenta e que você acredita como parceiro ou parceira.

O principal é saber que você é a pessoa mais importante de sua vida. Por isso se você se bastar sozinha(o), certamente saberá escolher uma pessoa que irá somar. Caso não consiga se bastar, as chances de você estar ao lado de alguém por carência e não por satisfação pessoal são grandes e perigosas. O amor exige boas escolhas e uma boa dose de sabedoria.