Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

terça-feira, 28 de maio de 2013

O Pensamento Humano e seus Problemas (e mistérios).

Já postei aqui sobre os mistérios do Universo. Hoje vou colocar sobre os mistérios de nosso pensamento. confiamos no nosso pensamento? Temos certeza dele? Cometemos falhas?
Leiam ...

Os 10 problemas mais comuns do pensamento humano

Por Luciana Galastri
Você com certeza já ouviu falar de psicologia reversa e de efeito placebo. Mas você sabia que essas técnicas muito usadas no mundo da ciência têm como base falhas do pensamento humano? E não pense que está imune delas: esses problemas acontecem com todos, independentemente de idade, sexo ou nível educacional. Confira a lista abaixo e veja quais dos 10 problemas mais comuns do pensamento já aconteceram com você.
10. A ILUSÃO DO APOSTADOR
Quando você joga “cara ou coroa” várias vezes e tira apenas “cara” seguidamente é mais provável que você tire “coroa” na próxima vez que jogar a moeda, certo? Errado. A chance de sair “cara” ou “coroa” é sempre a mesma, de 50% para cada opção (isso se a moeda não estiver alterada, obviamente). Você pensa que tirar “coroa” é mais provável por causa da chamada “ilusão do apostador”. O cérebro humano tem uma tendência a achar que eventos do passado podem alterar a probabilidade de eventos futuros, apesar de as chances serem sempre as mesmas. Pode parecer meio óbvio quando explicado dessa forma, mas vários apostadores já perderam dinheiro na roleta, no pôker e em outros jogos de azar por causa dessa falha do pensamento.
9. REATIVIDADE
Você está jogando paciência tranquilamente no escritório quando sente uma presença perturbadora. Seu chefe entrou na sala. Você subitamente fecha a janela do jogo, endireita as costas e tenta parecer atento àquele relatório. O exemplo pode parecer exagerado, mas é comprovado que os humanos tentam parecer mais eficientes e atentos quando sabem que estão sendo observados, sendo pelo chefe ou não. Um estudo feito nos anos 20, por exemplo, tentou provar que a eficiência dos empregados de uma fábrica aumentava com mudanças na luz. E, durante a pesquisa, a eficiência do pessoal realmente aumentou. No entanto, depois que a luz da fábrica foi ajustada para uma maior eficiência e os pesquisadores foram embora, os níveis de produtividade voltaram ao normal. Os funcionários da fábrica estavam trabalhando mais na época da pesquisa não por causa da luz, mas sim porque sabiam que estavam sendo observados por cientistas. A reatividade é um problema sério em pesquisas científicas, por isso, muitas vezes, grupos de referência são formados  – se uma empresa farmacêutica resolve testar um novo remédio de dor de cabeça, é provável que administre um placebo, uma pílula de trigo, em um grupo de voluntários e o produto normal em outro, para definir se os efeitos são mesmo por causa do remédio ou produto da mente humana.
8. PAREIDOLIA
O nome parece complicado, mas essa falha é realmente comum. Lembra quando, há alguns anos, o mundo todo parou porque uma imagem da Virgem Maria apareceu em uma janela, como uma mancha? E quando você olha para o céu e pode jurar que uma nuvem se parece exatamente com um coelho? Tudo isso é fruto da pareidolia. Essa falha prega que o significado das coisas está no observador e não no que está sendo observado. Então quando você acha estranho que a vida de Michael Jackson, assim como sua morte, esteja povoada de coincidências que levam ao número 7, pode ser porque você está procurando por coincidências e não porque elas realmente influam em alguma coisa. Um fato interessante é que a pareidolia foi usada como base para aquele teste das manchas usado na psicologia. As imagens são ambíguas e a resposta de quem está sendo “entrevistado” mostraria seus pensamentos ocultos.
7. A PROFECIA QUE SE AUTO-COMPLETA
Essas “profecias” apenas confirmam atitudes que estão presentes em nós. Elas acabam causando constatações que provocam o resultado previsto. Quer um exemplo? Quando você pensa “eu odeio Física e vou levar bomba na prova” você é automaticamente desestimulado a estudar por seus pensamentos e as chances de levar bomba aumentam consideravelmente. Essa é uma técnica muito usada pelos chamados videntes. Você vai à cartomante e ela diz que há uma inimiga loira em seu caminho – logo você começa a ficar mais atento e receoso com qualquer pessoa loira que conhece e seu comportamento alterado pode até levá-lo a fazer um novo inimigo.
6. O EFEITO DO HALO
Um dia você chega no trabalho e encontra seu colega cochilando. No outro dia ele está fazendo a mesma coisa, assim como nos dias seguintes. Logo você começa a considerá-lo um preguiçoso. Temos depois ele não só é preguiçoso como não é confiável, é incompetente e, com certeza, um mau trabalhador. Pode haver outras razões pelas quais ele está cochilando naqueles dias, talvez tenha trabalhado até de madrugada a semana inteira, mas logo uma atitude faz com que reconsideremos toda a personalidade do sujeito de forma negativa.
5. MENTALIDADE DE GADO
É a tendência que temos de adotar as opiniões e os comportamentos da maioria para evitar o conflito. Alguns especialistas dizem que o caso de Geisy, da Uniban, foi causado exatamente pela mentalidade de gado. Essa falha explica porque certas modas pegam logo – o que é necessário é que um grupo ache um tipo de pulseira muito legal e logo o costume se espalha.
4. RELUTÂNCIA
A relutância é o contrário da mentalidade de gado. Para mostrar que você tem liberdade de escolha, você faz tudo ao contrário do que é esperado. Isso explica o comportamento de muitos adolescentes. Muitas vezes o jovem nem quer sair naquela noite, mas o fato de que seus pais o proibiram faz com que ele fique ansioso e saia, só para mostrar que ele pode. A psicologia reversa é, na verdade, um uso controlado da relutância. Diga para alguém fazer aquilo que você, na verdade, não quer que ele faça e ele, eventualmente, fará o que você quer – essa técnica é muito usada com crianças e com os adolescentes.
3. O DESCONTO HIPERBÓLICO
Você prefere receber 100 reais hoje ou 120 no mês que vem? O desconto hiperbólico é a tendência que as pessoas têm de escolher a primeira opção. Na mente humana é preferível ter um ganho menor, mas imediato, do que esperar por mais dinheiro. O atraso do dinheiro realmente influencia na escolha do indivíduo. Pode até ser que o real valha mais hoje do que estará valendo no mês que vem, mas normalmente a variação seria pequena e você ainda estaria ganhando mais dinheiro se escolhesse a segunda opção.
2. ESCALADA DE COMPROMISSOS
Quantas vezes você já esteve em um relacionamento que sabia que não ia dar certo e, da mesma forma, tentou lutar por ele? Isso pode não ser fruto de mero romantismo e sim uma falha em seu pensamento! Digamos que você esteja namorando alguém há um ano. Então você começa a perceber que a pessoa tem alguns defeitos que você não suporta. O lógico seria terminar o namoro naquela hora. Mas você já investiu um ano nesse relacionamento, então terminar seria desperdiçar seu tempo e você se compromete com a “causa” namoro, não com a pessoa, e investe mais meio ano em algo que não vai dar certo, esperando consertar tudo. Isso pode ser aplicado em outras áreas, como em investimentos econômicos ou em um emprego, por exemplo.
1. EFEITO PLACEBO
Talvez a falha no pensamento humano mais famosa. Normalmente o placebo é uma substância neutra (como uma pílula de farinha de trigo) que acaba tendo o efeito desejado. Por exemplo, um remédio que diz ser emagrecedor e, pelo sujeito tomar aquilo todos os dias, sua mente aceita que ele está emagrecendo e todas as suas atitudes passam a condizer com isso. Ele faz mais exercícios, come mais salada e logo emagrece. Mas certos efeitos placebo ainda são um mistério – por exemplo, alguns testes mostraram que há certos sintomas de doenças que são realmente reduzidos apenas com o placebo. Logo, isso provaria o poder da sugestão da mente humana sobre o corpo? 
Luciana Galastri é jornalista.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Dinheiro traz Felicidade?

Muitos dizem que dinheiro não traz felicidade. Outros, cínicos, dizem que o dinheiro não traz felicidade, mas manda comprar. E quanto é o valor ideal para se sentir feliz? Já li textos falando em torno de 20 salários mínimos. Bem, o texto a seguir é uma compilação de dados de pesquisas tocando neste assunto. Leiam e tirem suas conclusões.

Dinheiro traz felicidade?  Só para os muito ricos.  Dizem as pesquisas.6

5Luiza Calegari


Apesar de o ditado popular afirmar que dinheiro não traz felicidade, uma pesquisa nos Estados Unidos concluiu que as pessoas com patrimônio igual ou maior que US$ 5 milhões se sentem muito mais felizes e satisfeitas com seus trabalhos e relacionamentos do que quem acumulou US$ 100 mil ou menos. 
Os dados são de levantamento feito pelo Spectrem Group, consultoria especializada no mercado de luxo.
No grupo dos milionários, 44% dos entrevistados se consideram felizes; entre os da menor faixa de renda, a taxa cai para cerca de 24%.
O Spectrem ouviu cerca de 1.200 pessoas, entre investidores emergentes (com patrimônio líquido de US$ 100 mil ou menos) e milionários (com patrimônio que vale US$ 5 milhões ou mais), que foram questionados sobre seus níveis de satisfação com trabalho, casamento, hobbies, entre outros.
O estudo mostrou que, conforme a riqueza pessoal avança, melhores são os indicadores de felicidade. Os pesquisadores pediram aos entrevistados que avaliassem cada item em uma escala crescente de 1 a 10, sendo 1 equivalente a "muito infeliz" e 10, a "muito feliz".
Em relação ao trabalho, por exemplo, 53% dos milionários responderam estar muito satisfeitos com seu emprego atual ou anterior. Em comparação, apenas 21% das pessoas que tinham menos de US$ 100 mil deram a mesma resposta.
Mais de 70% dos milionários também se disseram "muito felizes" em seus casamentos ou relacionamentos fixos; entre os emergentes, 45% estão na mesma situação.
No relacionamento com os filhos, milionários muito felizes são 59%, enquanto entre os emergentes a taxa é de 52%. Nos aspectos envolvendo a vida social, 43% dos milionários se dizem felizes, mas apenas 20% dos emergentes vê esse aspecto como satisfatório.
Em relação a atividades de lazer que não envolvem o trabalho, os milionários também estão significativamente mais satisfeitos: 47% se dizem felizes, contra 20% dos investidores com patrimônio inferior a US$ 100 mil.
A constatação menos surpreendente é a de que, entre os milionários, a grande maioria está satisfeita com sua situação financeira (67%). Entre os emergentes, apenas 11% se consideram felizes quanto a este aspecto.

Todos os entrevistados concordaram que os componentes mais importantes da felicidade são, pela ordem: um relacionamento afetivo feliz, boa saúde, liberdade para fazer coisas que são importantes para si mesmo, e filhos felizes e saudáveis.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Afinal, o que é ser homofóbico?


Vivemos novos  tempos. Não adianta tampar o sol com a peneira. Temos que nos adaptar.  E para nos ajudar é importante conhecer. Saber das coisas. Distinguir. Quando li este texto, bem explicadinho, gostei. Tecnicamente há uma falha, na minha opinião. Homofobia vem do grego “homós”, semelhante, e “phobos”, medo aversão, terror.  Assim com o “agorafobia, acrofobia”. Medo de lugares abertos e medo de alturas. E ninguém vai preso por ter este medo, pavor, aversão a isto. Mas também não vemos ninguém xingando os lugares abertos ou indo até as alturas para xingar ou bater no espaço vazio. Aí é que está o busílis, o xis do problema: a agressão, a violência. Talvez este texto nos auxilie a ver a questão de um lado racional, inteligente e sem emoções negativamente  carregadas.

Afinal, o que é ser homofóbico?


Dia 17 de maio é o Dia Internacional contra a Homofobia, data escolhida para discutir o que é homofobia, como ela é representada na sociedade e quais são seus prejuízos para o desenvolvimento de uma relação justa entre direitos e deveres.
Muito é falado sobre homofobia e muito é rebatido com o argumento de que ninguém é obrigado a gostar de nada. E isso é bem uma verdade. Mas talvez não esteja claro para algumas pessoas o que é homofobia – assim como algumas pessoas ainda têm dificuldade de entender o que é racismo, sexismo ou o que configura estupro.
Ser homofóbico não é apenas sair na rua e agredir fisicamente um gay. É agredir emocionalmente, é privar as pessoas de direitos apenas porque a orientação sexual dela é diferente da sua. Não adianta você dizer que “até tem um amigo/parente/vizinho/empregado que é gay” para dizer que sua postura não é/foi preconceituosa. Quem sente o preconceito na pele não quer saber do seu histórico, essa pessoa apenas não gostaria de ter sentido aquilo.
Para facilitar a vida, resolvi fazer uma listinha de coisas que deixam claro o que é homofobia.  Mas antes dela, queria deixar uma coisa muito clara: quando homofobia for considerado crime – o que esperamos que seja logo- você não vai poder fazer nenhuma das coisas abaixo, mas nem por isso vai precisar virar gay, tá? Você continua livre para ser hétero, construir uma família do seu jeito, ter filhos e escolher suas crenças, a única coisa que você vai mudar é que todas as outras pessoas ao seu redor – não importa quem sejam – terão os mesmos direitos que você – coisa que não acontece hoje.
Ser gay não é ser pedófilo, não é ser aliciador de menores, não é ser drogado, promiscuo ou ter uma doença. Ninguém vira gay, não existe uma cura científica para isso e não há nada errado em amar outra pessoa e ter um relacionamento consensual com ela. Estudos apontam que a homossexualidade é genética e portanto, todas as crenças de que é apenas “falta de vergonha na cara” caem por terra – no link a seguir você pode ver o geneticista brasileiro Eli Vieira explicando que ser gay é genético com base em diversos estudos acadêmicos.
No trabalho
Você deixaria de contratar um pedreiro porque ele é japonês? E negro? E gay? Você acharia que alguma dessas características diria se ele é melhor ou pior para a função que vai exercer? Se sim, você é homofóbico. Você não pode, por lei, usar a cor ou a etnia de uma pessoa para não contratá-la. E você não deve usar a orientação sexual para isso.
Nem todo gay é delicado. Nem todo gay quer trabalhar na TV ou em comunicação. Nem todo gay vai ficar falando sobre como as pessoas do mesmo sexo são atraentes – mesmo que muitos homens façam isso com mulheres e achem que é aceitável.
O estereótipo criado para o gay não é a realidade. E é homofobia você deixar de lado a competência da pessoa para levar em conta apenas o gênero das pessoas com quem ela se relaciona romanticamente.
Você pode não contratar um gay? Claro, mas só se ele não for mesmo o melhor candidato para a vaga. Você deixaria de contratar um gênio apenas porque ele não curte sexualmente o mesmo que você? Pois é isso que acontecendo com diversos gays altamente capacitados.
Na rua
Se você a pessoa que você ama estiverem passeando de mãos dadas, trocando carinhos (isso significa passar a mão no rosto, nos cabelos e não fazer sexo em via publica, ok?), conversando sobre o quanto vocês se amam (eu amo mais / não, eu é que amo mais) e alguém passar e dizer que vocês são nojentos e vão queimar no inferno, como você se sentiria?
Isso acontece todos os dias com casais gays. As pessoas ficam olhando, dizendo que é nojento dois caras estarem de mãos dadas ou um desperdício aquelas duas garotas lindas não terem alguém pra ensinar o que é sexo de verdade. Você acharia uma delícia sair de casa? Pois é.
Muitas vezes esses olhares e comentários se transformam em agressão. E vai do tipo mais discreto – esbarrar bem forte “sem querer” na hora em que se está passando – até o mais descarado, que pode ser gritar enquanto a pessoa passa - “Ai, seu viadinho, você não tem vergonha, não” - ou agredir fisicamente sem nenhum motivo além da orientação sexual - “Em sapatão eu bato igual em homem”,
Nada disso é aceitável. A agressão verbal é tão errada quanto a agressão física. E você tem todo o direito do mundo de achar feito, estranho ou nojento – outras pessoas também podem achar que você e sua namorada não combinam e formam um casal nojento -, mas você não pode usar isso como uma arma. Você pode pensar, mas não pode agredir com esse pensamento. Não é tão difícil assim entender, é?
Em relação a violência
O argumento mais usado para dizer que a violência contra gays nãos aumentou é dizer que a violência, como um todo, cresceu. Então vou explicar a diferença entre uma coisa e outra.
Quando um hétero é assaltado e agredido ou morto ele não toma 40 tiros, ele toma um. Existe uma diferença muito grande entre ser morto e ser morto com ódio. Além disso, os gays não precisam esperar um assalto para serem agredidos, isso pode acontecer a qualquer momento, com uma provocação aparentemente banal.
Se um cara xinga a namorada do outro – ou ofende a honra do outro macho a chamando de gostosa - e esse cara volta para tirar satisfações, as coisas são resolvidas com um acordo de cavalheiros, não são comuns os casos de pessoas que matam outras por causa disso.
Se um gay é xingado e vai tirar satisfação, ele é agredido no primeiro segundo, sem nem ter tempo de entender o que está acontecendo de verdade ali. Vou dar um exemplo emblemático de como existe uma diferença até nessa hora horrível da violência: um motorista de uma van passou e chamou um gay de gay – com a intenção de ofender, claro -, o menino retrucou. O motorista voltou, atropelou o cara e passou por cima dele três vezes. Sim, ele atropelou, deu ré e passou novamente. Isso é crime de ódio. Isso é homofobia.
Em relações aos direitos garantidos por lei
Gays não querem mais direitos do que héteros, essa é outra mentira usada para desqualificar os direitos iguais. Gays querem apenas que os direitos que todo cidadão têm também tenham validade para eles.
Um exemplo quentinho e polêmico é o casamento. Todo mundo tem direito a casar, os gays não tinham. Não são duas pessoas que querem, por vontade própria, unir-se para viver juntas, dividir tudo e formar uma família? Pois é, isso é o que significa casamento e ele era negado quando as duas pessoas tinham o mesmo gênero.
Desde 14 de maio deste ano de 2013, gays podem se casar, assim como héteros. Todo mundo pode ser feliz, amar, ser amado e oficializar a união. Ninguém vai te obrigar a ser gay e casar com alguém do mesmo sexo e essa nova lei não vai mudar em nada a sua vida, mas terá um impacto imenso naquelas pessoas que vivem juntas há anos e sempre quiseram casar, por exemplo, e não podiam.
Esse é apenas um direito. Há ainda o direito a adoção e diversos outros que são ligados internamente um no outro. Agora, com a liberação do casamento, famílias gays também configuram famílias perante a lei e esse é um passo em direção a mudanças profundas na nossa sociedade que garantirão mais respeito a todos os cidadãos.


sábado, 18 de maio de 2013

Dez Mistérios do Universo.

Há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia. De quem é esta frase poética? Deixo ao leitor mais este mistério: descobrir quem falou. Mas hoje vou colocar assunto científico. Li este texto, gostei e passo para vocês para matarem a curiosidade.




Por  Ambientalistas em rede · in Ciência. ·


O universo é cheio de mistérios. Apesar dos avanços da ciência em desvendar alguns deles, diversos fenômenos ainda confundem os pesquisadores. Confira dez mistérios científicos que nos deixam intrigados:

10. Deriva Continental


A teoria da Deriva Continental foi proposta pela primeira vez em 1500, e afirmava que os continentes pareciam flutuar em relação ao outro lado do oceano. Mais tarde, foi refinada na teoria das placas tectônicas, que propõe que existem placas tectônicas no fundo do oceano que lentamente se movem separando os continentes e criando os oceanos ao longo do período de milhões de anos. O mistério, no entanto, é o que causou estas placas e as fez mover-se. Estudos demonstraram que é improvável que a teoria atual realmente explique o fenômeno. Alguns têm sugerido que, devido à natureza inexplicável do funcionamento por trás da teoria e as evidências contra ela, os continentes podem ter sido na verdade separados muito mais rapidamente do que milhões de anos, por um evento catastrófico, como uma inundação.

9. Extinção da megafauna


No passado, havia muitos animais grandes, como o elefante, caminhando sobre a Terra, como o mamute. Esses animais eram chamados de megafauna. No entanto, a maior parte desta megafauna desapareceu apenas recentemente, na faixa de dezenas de milhares de anos atrás, e os cientistas não sabem dizer por quê. Duas respostas principais têm sido sugeridas como a causa: a caça pelo homem e as mudanças climáticas. Aqueles que dizem que o culpado é a mudança climática muitas vezes têm pouca evidência para a hipótese, além de afirmar que não há provas suficientes para outra explicação. Já a teoria da caça tem muito pouca evidência arqueológica. O mistério permanece sem solução.

8. Efeito Mpemba


O efeito Mpemba diz que a água fervida pode, sob certas circunstâncias, não só congelar, mas congelar mais rapidamente do que a água mais fria. Esse fenômeno tem sido relatado desde a Grécia antiga, mesmo que pareça contraditório com as Leis da Termodinâmica. Em 1969, um cientista chamado Ernesto Mpemba fez experimentos que comprovaram que o efeito é real, no entanto, os cientistas ficaram com mais perguntas do que respostas. Muitas soluções têm sido sugeridas como razões para este fenômeno, mas nenhuma foi amplamente aceita.

7. Velocidade da luz


Embora os estudos sobre a velocidade da luz não tenham refutado totalmente a teoria de que ela é o limite, há evidências crescentes de que talvez a viagem mais rápida que a luz seja possível. Algumas pesquisas indicam que a energia escura parece ter um ritmo mais rápido conforme o tempo passa. Cientistas também observaram que, se a teoria do Big Bang estiver correta, o universo se expandiu de maneira mais rápida do que a velocidade da luz quando o cosmos estava em sua infância. Alguns experimentos cuidadosamente controlados até disseram que neutrinos superaram a velocidade da luz, embora esse resultado tenha sido contestado. Enquanto ainda não sabemos como ou por que nós podemos ser capazes de ir mais rápido do que a velocidade da luz, parece que a velocidade no espaço não é tão limitada quanto se pensava anteriormente.

6. Experiências de quase morte


As pessoas têm relatado experiências estranhas quando estão perto da morte por muito tempo. Vários pesquisadores já procuraram testar a “sensação” de estar fora do corpo. Um estudo usou realidade virtual e câmeras, tocando primeiro o corpo virtual projetado e depois o real dos participantes, e então apenas o virtual. As pessoas estavam convencidas de que estavam sendo tocadas, mesmo quando não estavam. A experiência levou os cientistas a acreditar que a capacidade das pessoas de experimentar as coisas em seu corpo depende muito de onde eles acreditam que seu corpo esteja visualmente. Outras pesquisas procuraram compreender experiências de quase morte, estudando-as em um hospital durante vários anos. Esses pesquisadores querem provar se as pessoas estão experimentando ilusões, ou se a sua consciência está realmente “saindo” do corpo (o que tornaria o conceito de “alma” muito mais crível). Um estudo recente, inclusive, descobriu que as lembranças da experiência de quase morte são diferentes de memórias de eventos imaginados, e que as características fenomenológicas eram mais numerosas em memórias dessas experiências do que em memórias de eventos reais – a interpretação dos cientistas é que elas não podem ser consideradas como memórias de eventos imaginados, mas como percepções reais.

5. Pássaros caindo do céu


No Arkansas (EUA), cerca de um ano atrás, um bando de pássaros negros caíram do céu. Na época, fogos de artifício foram considerados culpados, embora esta teoria não tivesse sido bem testada. O problema é que o mesmo fenômeno ocorreu de novo no mesmo lugar, assim como já ocorreu em outros pontos do globo (Jatinga, uma aldeia localizada em um planalto indiano, é famosa devido aos acidentes em massa frequentes que fazem diversas aves se estatelarem no chão), e nem sempre é possível culpar fogos de artifício – ou qualquer outra coisa. Clássico mistério.

4. Ruído espacial

Em 2006, cientistas estavam tentando analisar estrelas primitivas quando se depararam com um problema: um ruído misterioso que atrapalhou o estudo. Eles ficaram perplexos com o barulho, pois sons não podem viajar através do espaço, embora ondas de rádio possam, o que os pesquisadores acreditam que o ruído era. No entanto, eles não têm a menor ideia de onde essas ondas de rádio estavam vindo. O som é seis vezes mais alto do que deveria ser, e não há qualquer explicação para a sua causa. A única coisa que os cientistas sabem é que não é nenhuma onda de rádio que atualmente conhecemos, nem vem de qualquer uma das primeiras estrelas ou partículas de poeira.

3. Ilusão da lua


A “ilusão da lua” é uma ilusão que intriga as pessoas desde tempos passados, de Aristóteles aos antigos gregos e chineses. A lua parece maior em tamanho angular quando está próxima do horizonte que quando está alta no céu. Algumas pessoas julgam que ela parece dobrar de tamanho, mas a estimativa comum é de 50% a 75% maior. Muitos já sugeriram teorias para tal ilusão, como um efeito atmosférico, mas todas foram refutadas. Também já foi dito que o tamanho relativo ou a distância aparente são explicações para essa ilusão, mas, até agora, ninguém, nem mesmo a ciência moderna, tem sido capaz de definitivamente explicar esse fenômeno misterioso.

2. Luz indecisa


Estudos têm argumentado por muito tempo se a luz é uma onda ou uma partícula. No entanto, depois de muita pesquisa, os cientistas parecem ter chegado à conclusão de que as coisas são muito mais confusas do que isso. Estudos parecem mostrar que um fóton pode agir tanto como uma onda quanto como uma partícula, ao mesmo tempo. No entanto, também sugerem que um fóton escolhe ser uma onda ou uma partícula quando forçado a tomar a decisão sob condições controladas. Até agora, os cientistas não têm explicação para dizer como isso funciona. Alguns até já chamaram o fenômeno de “o verdadeiro mistério da Mecânica Quântica”.

1. A origem da vida


A origem da vida e a criação de nosso universo são os maiores mistérios da ciência e têm sido debatidos por muito tempo. O modelo do Big Bang é o mais aceito pela comunidade científica para explicar o início do universo, mas prová-lo empiricamente é muito difícil. Abiogênese, que é a capacidade da vida de surgir a partir de matéria inorgânica, uma forma da vida ter sido criada sem vida anterior, também já foi bastante estudada.
Apesar de uma quantidade incrível de estudo científico sobre o assunto, nada foi provado fora do papel. Cientistas do Grande Colisor de Hádrons, maior acelerador de partículas do mundo, dizem estar mais perto com a descoberta do bóson de Higgs. No entanto, é importante notar que o bóson de Higgs não é o princípio e o fim de tudo. Além disso, muitos que acreditam na teoria da criação inteligente dizem que, mesmo que o Big Bang seja provado, não significa necessariamente que algum “Deus” não esteja envolvido, e não tenha criado o universo e o colocado em movimento através de meios que podem ser observados pela ciência.
A realidade é que nosso universo é enorme e expansivo, e as origens da vida talvez nunca possam ser totalmente compreendidas.
Fonte: Hypescience

terça-feira, 14 de maio de 2013

Religião. Porque as pessoas acreditam em Deus.

Tenho postado textos multirreligiosos (ver Horus e Jesus, em 14/12/11, Oração Celta de 31/12/12, Um Deus que Sorri, de 05/12/12, Diálogo com Buda, em 02/09/12), e recentemente deparei-me com este texto de uma psiquiatra australiana muito pertinente. Gostei. Passo para vocês refletirem.




Este artigo foi  escrito originariamente por Dorothy Rowe em um jornal inglês, alguns anos atrás e resolvi traduzi-lo, de forma livre, resumindo alguns trechos. 

Nascida em uma família sem ligação com religião, apesar de a mãe mandá-la assistir aos cultos religiosos em uma igreja pouco amigável, cheia de pessoas frias e também nada amigáveis. O pai, ateu, costumava ler artigos de Robert Ingersoll, um ateu do século XIX, cujos escritos curiosamente tinham o mesmo tom musical e erudição que se encontravam na Bíblia Inglesa. O Deus do Primeiro Testamento, cheio de crueldade e vaidade, não lhe agradava, mas sentia atraída pela figura de Jesus, um homem amável e educado
Deus não se encontra nas trincheiras ou em qualquer outro lugar, afirmaram-lhe os soldados que lutaram nas guerras, assim que ela entrou na faculdade. Ao estudar a religião, elencava as crueldades e estupidez que as religiões perpetraram pelos séculos afora no mundo todo, como escreveriam Richard Dawkins e  Christopher Hitchens 40 anos depois.
Quando ela foi trabalhar nos Hospitais Psiquiátricos, percebeu que discutir religião não era suficiente. Precisava entender porque a religião se tornava parte integrante da vida de uma pessoa e não desaparecia nem mesmo quando esta religião causava tanta dor, sofrimento e culpa e a levava a matar e até mesmo ao genocídio.
Embora não o reconhecessem, os pacientes deprimidos e psicóticos estavam travando uma luta contra questões que teólogos e filósofos também encetaram por milhares de anos: “ O que acontece quando eu morro”? “Como me tornar uma pessoa boa?” Por que acontecem coisas ruins com pessoas boas?”
Siegfried, um psiquiatra alcoólatra e deprimido, contou sobre o tio, um piloto da Aeronáutica Inglesa. Ele tinha a atenção e o amor do tio, que substituía o amor que não tinha dos próprios pais. Mas um dia o avião onde estava o tio espatifou no solo. Até aquela idade, 13 anos, ele tinha uma idéia vaga de Deus – cantava no coro da igreja aos domingos. As últimas lembranças que ele tinha de uma conversa com  Deus foi quando uma noite ele O xingou numa linguagem feia para uma criança: se Ele existe, ele é uma mer... Perguntado o que ele achava de Deus, agora, o psiquiatra respondeu: se Ele existe, Ele é uma mer...
Incapazes de encontrar respostas satisfatórias para o significado de suas existências, os pacientes psicóticos construíram muitas fantasias idiossincráticas. Ella era uma linda adolescente de 16 anos, retraída e isolada, cujos pais demoraram a perceber os seus problemas, porque era uma criança perfeitamente obediente a todas as ordens. A mãe de Ella disse: eu sempre obedeci a meus pais e esperava que minha filha me obedecesse. Com medo da raiva dos pais, Ella evitava as ações e comportamentos espontâneos. E disse à psicóloga: “Comecei a achar que eu sou a única pessoa que está viva, o único ser vivo. Tudo mais é uma visão. Vivo a vida de todo mundo. Estou neste mundo sem propósito nenhum. Meus pais não são pessoas reais. Tudo o que vejo é deus. Sou parte de Deus”.
Uma criança totalmente obediente é uma criança fraca. Somente se tornando o único ser vivo e parte de Deus é que Ella se tornaria poderosa, forte.
“Nada disto interessava aos psiquiatras e psicólogos com quem eu trabalhava”, escreve Dorothy Rowe. Eles estão interessados em identificar os sintomas: culpa irracional é sintoma de depressão, e alucinação e delírio, da esquizofrenia.
Os psiquiatras acham que os pacientes querem ser felizes, sem  perceber que, para muitas pessoas, é melhor ser bom do que ser feliz.
 “Morte” era um tema que aparecia nas conversas com os pacientes. Perguntava a eles: você vê a morte como fim de sua identidade ou como a entrada para uma nova vida? Isto provocava uma discussão sobre o objetivo da vida”.

Tudo o que sabemos com certeza sobre a morte é que a  pessoa fica estranhamente quieta e parada. Cada um de nós tem uma fantasia sobre o que acontece depois que se morre e esta fantasia é que vai determinar a finalidade de nossa vida. Se vemos a morte como fim de nossa identidade, o propósito da vida será transformar esta vida numa vida satisfatória, boa de se viver.
Há milhares de maneiras de definir o que é “satisfatório”, mas aquilo que escolhermos é que será nossa finalidade de vida.
Se se encara a morte como a entrada para uma nova vida, temos que decidir se esta vida será melhor do que a levamos aqui. Para nos dar esperança, decidimos que a próxima vida será melhor. Aqui se levanta a questão da justiça. Todos vão para uma vida melhor, ou existem alguns padrões de comportamento que devemos seguir?
O senso de justiça nos leva a escolher padrões, e fazendo assim, condenamo-nos a viver esta vida de acordo com a vida futura. Se você coloca modelos de comportamentos que você pode seguir com facilidade, você limita a quantidade de dor que você vai sofrer, mas caso você tenha padrões de vida rígidos, inflexíveis e quase impossíveis de seguir, você vai se recriminar por não conseguir segui-los.
Para todos nós, a vida é cheia de incertezas e dificuldades e termina em morte. Toda religião proclama que vence a morte, fornece certezas e recompensas  se sermos bons. É tão grande o medo que temos da vida e da morte que a maioria de nós deixa a esperança dominar a inteligência.
Um famoso esportista inglês colocou numa entrevista, após a morte de seu irmão caçula: “por que acontecem coisas ruins com as pessoas boas? Minha mãe é muito chegada em Deus. E eu acho que quanto mais perto de Deus você está, mais o diabo apronta com você. Ele vai fazer o possível para afastar você de Deus.”

Isto significa que se a mãe do jogador não fosse tão boa, o filho teria sobrevivido?  Nenhuma religião  nos aceita como realmente somos. Ao contrário.  Dizem que somos maus, insatisfatórios e desesperados. Temos medo de que isto realmente seja verdade e para nos dar um pouco de esperança  construímos a fantasia de como somos superiores àqueles que não partilham de nosso ponto de vista. Assim sendo, sentimo-nos à vontade para impor o nosso ponto de vista aos não crentes e, se resistirem, matá-los.
Na Austrália, falaram para a autora que os Presbiterianos eram melhores do que os Católicos, enquanto que os aborígenes nem humanos eram. Ela pensou que o homem Jesus não iria aprovar estas idéias e isto a levou a compreender que, embora as pessoas se diferem como indivíduos e em  termos de cultura, basicamente todos os seres humanos são iguais.
Todos nós queremos ser a pessoa que achamos que somos e que os outros nos reconheçam e que nos tratem com respeito. Queremos viver sem ser dominados pelo medo, ter bons relacionamentos e ter um lugar seguro em nossa sociedade. Ninguém é melhor do que ninguém por causa de suas crenças. Quando nos tornarmos aquela pessoa que sabemos que somos, sem vaidade ou auto piedade, vivenciaremos a maravilhosa experiência de nos sentir à vontade com tudo que existe. Alguns descrevem isto em termos religiosos, outros, em termos de natureza, mas, qualquer que seja, não temos a necessidade de uma religião nos dizer no que devemos acreditar.






,

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Presente para o Dia das Mães - Crônica

Não gosto destas datas comemorativas, que são fundamentalmente comerciais. Mas estamos inseridos numa sociedade capitalista e é extremamente difícil fugir disto. Então resolvi escrever uma crônica do que  poderia ser uma reunião de muitos irmãos para escolher o presente para o dia das Mães. Claro que não há nenhuma sugestão implícita. Vamos à crônica.


Escolhendo o presente para o Dia das Mães.

Mário Cleber da Silva.

Após sermos bombardeados pelo consumismo de TV, alardeando os inúmeros presentes para as mães e pela propaganda subliminar de desobediência às mesmas ou até de guerra entre filhos e pais, alimentada pelo governo que sugere denunciar pais e mães caso deem um beliscão, uma tapa no traseiro ou mesmo uma surra, por causa de uma forte má-criação, resolvemos nos reunir, os quinze irmãos, para escolher um presente para nossa santa mãezinha. Começou a dificuldade pela logística em reunirmos: 15. Cada qual com seus dissabores diários.
Foi numa mesa bastante grande para caber todo mundo, que começamos.
- Quem vai falar primeiro?
- O mais velho.
- Sempre eu? Tenho que ser sempre o primeirão? Fala o caçula (havia leve agressividade entre o mais velho e o caçula).
- Ah, eu não. Depois vocês caem em cima de mim, matando.
Depois de meia hora de discussão sobre quem ia começar dando palpites, saiu o primeira.
- Uma empregada doméstica.
- Que que é isso?
- Uma fortuna.
- Um luxo.
- E o FGTS que a gente tem que pagar?  Aviso prévio? A multa na dispensa? Trabalheira de livro de ponto?
- Que tal uma professora?
- O que?
- Se for do Estado não tem todas as regalias da empregada doméstica, como multa por  demissão sem justa causa, nem FGTS. Além do mais, ensina... E está havendo desemprego em massa.
- Um padre da Rede Vida? Ou o Padre de Bauru que foi excumungado?
- Um pastor evangélico.
- A ex-nora para morar com ela.
- Uma coleção da Playboy.
- O presente não é para o papá, mas para a mamã.
- O mundo está mudado. Depois do casamento gay...
- Olha o respeito, seu grandíssimo filho da ...
O pau quebrou por uns bons dez minutos. Serenados os ânimos, voltou-se às sugestões.
- Capitão Nascimento de Tropa da Elite.
- Uai, pra que?
- Para protegê-la dos assassinos, adolescentes ou não, dos ladrões.
- Que tal a Michelle Obama?
- Pra que?
- Ensinar a ela fazer uma franginha.
- Michelle é mulher do presidente americano e não cabeleireira.
- Um CD do Papa Francisco falando em portunhol.
- Um  boxeador cubano que o PT não deixou ficar no Brasil.
- A blogueira cubana, junto.
- Um dos corintianos presos na Bolívia.
- Um “santinho” do Hugo Chavez.
- Ela não é petista.
- Aparecer no programa Mais Você de Ana Maria Braga.
- No Faustão.
- No Datena, pedindo pena de morte e falando mal dos ateus.
- Para, gente, para. Coisas exeqüíveis.
- O quê?
- Coisas que a gente pode comprar.
- Um carro, antes de voltar o IPI.
- Uma máquina de lavar inteligente.
- Uma TV led de 40 polegadas.
- Um  filho adotivo.
- Um bafômetro.
- Um laptop.
- Um smartphone.
- Um CD de Michel Teló.
- Uma tanga.
- Um  cotonete.
- PARA – PARA – gritei eu, sem colocar acento no “para”. - Creio que tenho a solução para a mamãe:
- Vamos, diga.
- Fala, sabidinho.
- Está esperando o que?
- Proponho juntarmos nossas economias, tirar o dinheiro da poupança da Dilma, que reduziu o rendimento, e comprarmos um quilo de carne de primeira, meia dúzia de tomates, três batatas e duas cebolas.
Clap, clap, clap, clap. Os aplausos foram espontâneos e unânimes.



terça-feira, 7 de maio de 2013

Como Lidar com o Sentimento de Inferioridade




Li este texto, simples e direto, e achei pertinente. Reparem que são dois caminhos: procurar ajuda e SE ESFORÇAR, isto é, fazer a sua parte para reduzir o problema.

Como lidar com o complexo de inferioridade

Veja como identificar se você tem baixa autoestima e sofre com esse problema
Isabela Zamboni

Pessoas pessimistas e com baixa autoestima geralmente se sentem inferiores aos outros e sofrem muito com pensamentos negativos.  Isso pode acarretar em problemas psicológicos mais graves, como o complexo de inferioridade. Segundo a mestre em psicologia clínica e doutora em ciências sociais Jurema Teixeira, esse complexo é um conjunto de sentimentos e percepções negativas que uma pessoa tem de si mesma.
Para identificar se você tem esse complexo, veja as dicas da psicóloga e saiba como lidar com esse problema.
Por que isso acontece?
De acordo com a especialista, a pessoa com complexo de inferioridade acredita que é ruim em todas as áreas e sempre se compara com os outros.  “O motivo é individual, mas podemos pensar, a partir da psicanálise, que as causas estão na infância. Algo aconteceu ou constitui relações com as principais pessoas da sua vida, que sempre espelharam de forma negativa para esta pessoa”.
Como identificar?
É muito fácil perceber se a pessoa apresenta características de quem tem complexo de inferioridade. A psicóloga lista as principais:
- A pessoa não acredita em si mesma e sente-se incapaz;
- Acredita que nada vai mudar;
- Vê sempre o lado sombrio da vida;
- Apresenta uma percepção negativa sobre qualquer coisa;
- Acha que não vai dar conta da vida.
Tratamento
Jurema afirma que a ajuda de um psicólogo é imprescindível: “As pessoas  devem procurar ajuda especializada com psicólogos. Ao fazer uma psicoterapia ou uma análise com profissional competente, o indivíduo consegue entender a causa do problema e, gradativamente, vai mudando”.
No entanto, não é somente o psicólogo que deve fazer sua parte. A pessoa que sofre com baixa autoestima deve se esforçar e tentar ao máximo reavaliar suas atitudes e visões de mundo. “Além da psicoterapia, a pessoa pode confrontar a sua percepção com aquilo que os outros , ao redor, acham dela. Dessa forma, ela pode se  surpreender positivamente”, completa a especialista.
O importante é olhar para si e valorizar seus pontos fortes e qualidades. Lembre-se que alguns problemas são passageiros e para quase tudo na vida há solução. Uma boa alternativa é conversar com pessoas próximas e queridas – a ajuda de amigos e familiares é fundamental!

sábado, 4 de maio de 2013

A Pipoca - Crônica de Ruben Alves


Além de escrever bem, Rubem Alves e seus textos  me fazem pensar. Sou seu fã. Partilho com os leitores este momento quase mágico em ler Rubem Alves.



A pipoca
Rubem Alves

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.

Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.

Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas.

Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.

A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.

A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.

Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.

Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.

Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.

Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.

Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.

Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.

Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".