Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Madrasta e Enteados. Conflitos à vista.



Estamos vivendo momentos de grande mudança na instituição de casamento. Até o casamento gay já veio para ficar. Mas o segundo casamento entre heterossexuais já faz tempo que está por aí. E um dos grandes conflitos é a relação entre um dos pares e os filhos do outro. Este texto de uma psicóloga é interessante: Dicas para relacionamento entre Madrasta e Enteado. Ou padrasto e enteada.

Silvia Maria de Carvalho 
é psicóloga clínica e analista do comportamento

O casamento, por si só, pede mais que amor para durar. É preciso uma boa dose de elasticidade ou flexibilidade - como quiser chamar - para semear a planta que agora nasce: não é mais só você, nem só seu marido: é a relação de vocês.
O que diremos então dos recasamentos?

Confusos pelo sofrimento do divórcio, os que avançam na direção de novos relacionamentos esperam encontrar felicidade na segunda vez. Mas quando se trata de misturar os filhos de casamentos anteriores, a segunda vez é a primeira.

Os participantes dessa história não tiveram tempo para garantir um vínculo coeso no casamento. Os filhos já estão aí. É preciso trabalhar todas as questões ao mesmo tempo.

A formação de uma família por recasamento não é verdadeiramente uma mistura de famílias. Embora seja bom querer ser "uma grande família feliz", a maioria das famílias realmente felizes é constituída de muitas partes, subgrupos distintos que precisam de tempo para partilhar confidências, brigar e compor, resolver problemas, trabalhar em projetos e funcionar juntos.

Há indivíduos com suas identidades e fronteiras a serem respeitadas. É preciso cuidado e tato.
Ansiedade é um grande erro

Essa é a primeira grande dica que tenho pra te dar: entender o funcionamento e considerar a história existente antes de vocês, às vezes não é suficiente. É preciso aguentar, esperar sua vez e respeitar as lealdades anteriores entre pais e filhos. Na ânsia de acertar e conseguir afeto muitas famílias recasadas cometem um grande erro ao não fazer isso.
 

Outro ponto importante é não fazer de tudo para ser aceita rapidamente. Nada acontece de forma brusca. Os filhos do divórcio têm pensamentos realmente assustadores. Eles viram seus pais deixar de amar um ao outro. A possibilidade de abandono os aterroriza. A competição com a nova família é bastante séria.
 

O papel da madrasta não é simples pela visão dos filhos do marido num primeiro momento. Quando esse homem decide se casar, a mulher que está entrando em sua vida vai trazer novos hábitos, crenças e pessoas. Não existe família instantânea. Isso implica tempo de convivência. O vínculo entre madrasta e enteados é resultado de uma construção lenta e delicada. É um vínculo difícil de ser construído porque a relação é sobrecarregada por muitos tabus.
 

Em contrapartida, as famílias por recasamento são muito mais ricas em possibilidades - de competição, conflito, ciúme, ressentimento e amor renascido. As rivalidades familiares que surgem entre padrastos e enteados e entre irmãos e irmãs de um novo casamento, são apenas um lado do que pode ser uma série de novos relacionamentos mutuamente satisfatórios.
 

As famílias são mais frutíferas do que imaginamos e em nenhum lugar isso é mais verdadeiro do que nas famílias de recasamento.

Paciência e persistência! Sempre lembrando que seu amor próprio deve ser preservado desde o início, isso vai te ajudar a seguir!

No fim das contas, o que todos querem é garantia de amor.
Quatro dicas para superar a dificuldade de relacionamento com enteados:
1ª) Só entender o funcionamento e considerar a história existente antes de vocês, às vezes não é suficiente. É preciso aguentar, esperar sua vez e respeitar as lealdades anteriores;
2ª) Não faça de tudo para ser aceita rapidamente;
3ª) Seja paciente e persistente: o vínculo entre madrasta e enteados é resultado de uma construção lenta e delicada;
4ª) Seu amor próprio deve ser preservado desde o início; isso vai te ajudar a seguir em frente.







5 comentários:

  1. Excelentes comentários, com dicas muito pertinentes para os recasados. Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica-MG

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  2. Muito boa a dica para as madrastas, mas e as dicas para os enteados, e para os pais? Sempre é a madrasta que tem que se adaptar e relevar e aceitar, e os outros componentes da familia, ninguem precisa fazer nada? complicado viu pois na minha casa faço de tudo pra minha enteada, dou amor, proporciono tudo junto com meu marido do bom e do melhor pra ela que mora com a gente... e quando eu peço ou oriento em alguma situação sou errada.
    nao sei que atitude tomar.

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    1. Olá, Dayanne. Que bom você ter acessado o blog. Tenho muitas postagens falando de relacionamento. As "enteadas" nem sempre vão ler. Pena. Os conflitos maiores são com elas e menos com enteados. Padrastos nem tanto. Tenho duas enteadas e um enteado. Este último falou algo importante: gosto dele porque não se intromete. Encontrar o ponto de equilíbrio entre não se intrometer e dizer algo é o segredo do bom relacionamento. Gosto muito da palavra: posicionar-se. Posicione-se. Mas não obrigue e nem queira mudar a opinião do outro. Que ele assuma a responsabilidade dos atos. A idade também interfere, claro. "Faço de tudo para minha enteada". Será que deve fazer de tudo? Uma frase: "Outro ponto importante é não fazer de tudo para ser aceita rapidamente. Nada acontece de forma brusca".
      Você não tem que relevar.Posicione-se. Bem, são assuntos espinhosos.
      Continue acessando e fazendo comentários.

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  3. No meu caso, o artigo não ajudou muito. Gostaria de entender porque meus enteados não respeitam nossa casa como se respeita um lar. Porque tem que sempre desrespeitar as regras da casa sempre que eu e meu marido viramos as costas? Porque não posso ter o meu espaço que é invadido todo o tempo? Porque não cuidam do nosso patrimônio, e ainda acham que tenho a obrigação de dar conforto? Porque tanta falsidade?

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  4. No meu caso, o artigo não ajudou muito. Gostaria de entender porque meus enteados não respeitam nossa casa como se respeita um lar. Porque tem que sempre desrespeitar as regras da casa sempre que eu e meu marido viramos as costas? Porque não posso ter o meu espaço que é invadido todo o tempo? Porque não cuidam do nosso patrimônio, e ainda acham que tenho a obrigação de dar conforto? Porque tanta falsidade?

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