Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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sexta-feira, 27 de julho de 2012

É Melhor Idade Mesmo???

Sou naturalmente positivo e otimista ao falar da terceira idade. Mas nada como um artigo meio irônico, sarcástico, crítico e azedo sobre o tema para fazer a gente rir da gente mesmo, ou ficar mais com o pé na realidade.
Grande escritor, o autor nos brinda com um humor inteligente.

RUY CASTRO



A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" - algo entre os 60 anos e a morte.

Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.

Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.

Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.

Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada! Estou voltando da farmácia!". E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.

Primeiro, a aposentadoria é pouca e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução.

Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te dê uns 60 anos.
Olha... a analise dele é rápida. Leva uns 20 metros e, quando pára, tem a discussão se você tem mais de 60 ou não.
 No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo:
- "Sou deficiente".
O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou:
- "Que deficiência você tem?"
- "Sou broxa!"
Ele deu uma gargalhada e eu entrei.
Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo...

Eu disse bem baixinho para uma delas:
- "Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não"
Bem... fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol.

Subi na pedra e pensei em cumprir a frase. Logicamente velho tem mais dificuldade. Querem saber?
Primeiro, tem sempre alguém que quer te ajudar a subir: "Dá a mão aqui, senhor!!!"
Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça.
Sentar na pedra e olhar a paisagem.

É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra, o que me faz ter que trocar de posição a toda hora.

Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos se não, nada vê.
Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz:
- "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair."

Resmungo entre dentes: ... "só se cair em cima da sua mãe"... mas, dou um risinho e digo que esta tudo bem.

Esta titica deste sol esta demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e o sol nada.

Vou pensando - enquanto desço e o sol não - "Volto de metrô é mais rápido..."
Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá esta um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico de consegue saber a idade de todo mundo.

Olha sério para mim, segura a roleta e diz:

- "O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem."

A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.
Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos...

Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega... Durante o trajeto não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam...

Desisti... lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava... Me senti o máximo. Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem.
Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou.

É agora...

Joguei um olhar 32 (aquele olhar de Zé Bonitinho) ela pegou na minha mão e disse:
- "O senhor não quer sentar? Me parece tão cansado?"
 
Melhor Idade???

domingo, 22 de julho de 2012

Objetos têm Consciência.

OBJETOS TÊM CONSCIÊNCIA? E OS ANIMAIS?
Quero ir mais longe do que propõe a entrevista abaixo. Li, anos atrás, um estudo de um psicólogo, dizendo que os objetos têm consciência, que eles reagem às pessoas. Não é o que acontece quando chamamos um técnico de refrigeração para consertar nossa geladeira e ela volta a funcionar? Ou o mecânico mal chega perto do carro e ele fica bom?
Fui síndico durante três anos e meio. No último semestre, o elevador do prédio tinha defeitos quase semanais. Tinha um morador que sempre reclamava do elevador. Além de ser fisicamente pesado, era negativo e reclamão, portanto psicologicamente pesado. E o elevador só estragando.  Foi só ele mudar do prédio que o elevador não teve mais defeito. O elevador sem dúvida reagiu à energia negativa do morador.
Bem, passemos ao texto a seguir. Talvez, para quem acredite nessas informações, tenhamos que mudar nossos conceitos sobre os animais.

O neurocientista canadense Philip Low ganhou destaque no noticiário científico depois de apresentar um projeto em parceria com o físico Stephen Hawking, de 70 anos. Low quer ajudar Hawking, que está completamente paralisado há 40 anos por causa de uma doença degenerativa, a se comunicar com a mente.
Os resultados da pesquisa foram revelados no dia 07de julho p.p., em uma conferência em Cambridge.
Low é pesquisador da Universidade Stanford e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), ambos nos Estados Unidos. Ele e mais 25 pesquisadores entendem que as estruturas cerebrais que produzem a consciência em humanos também existem nos animais. "As áreas do cérebro que nos distinguem de outros animais não são as que produzem a consciência", diz Low, que concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:
Veja.com - Estudos sobre o comportamento animal já afirmam que vários animais possuem certo grau de consciência. O que a neurociência diz a respeito?
Philip Low - Descobrimos que as estruturas que nos distinguem de outros animais, como o córtex cerebral, não são responsáveis pela manifestação da consciência. Resumidamente, se o restante do cérebro é responsável pela consciência e essas estruturas são semelhantes entre seres humanos e outros animais, como mamíferos e pássaros, concluímos que esses animais também possuem consciência.
Veja.com - Quais animais têm consciência?
P. L. -Sabemos que todos os mamíferos, todos os pássaros e muitas outras criaturas, como o polvo, possuem as estruturas nervosas que produzem a consciência. Isso quer dizer que esses animais sofrem. É uma verdade inconveniente: sempre foi fácil afirmar que animais não têm consciência. Agora, temos um grupo de neurocientistas respeitados que estudam o fenômeno da consciência, o comportamento dos animais, a rede neural, a anatomia e a genética do cérebro. Não é mais possível dizer que não sabíamos.
Veja.com - É possível medir a similaridade entre a consciência de mamíferos e pássaros e a dos seres humanos?
P. L. - Isso foi deixado em aberto pelo manifesto. Não temos uma métrica, dada a natureza da nossa abordagem. Sabemos que há tipos diferentes de consciência. Podemos dizer, contudo, que a habilidade de sentir dor e prazer em mamíferos e seres humanos é muito semelhante.
Veja.com - Que tipo de comportamento animal dá suporte à ideia de que eles têm consciência?
P. L. - Quando um cachorro está com medo, sentindo dor, ou feliz em ver seu dono, são ativadas em seu cérebro estruturas semelhantes às que são ativadas em humanos quando demonstramos medo, dor e prazer. Um comportamento muito importante é o autorreconhecimento no espelho. Dentre os animais que conseguem fazer isso, além dos seres humanos, estão os golfinhos, chimpanzés, bonobos, cães e uma espécie de pássaro chamada pica-pica.
Veja.com - Quais benefícios poderiam surgir a partir do entendimento da consciência em animais?
P. L. - Há um pouco de ironia nisso. Gastamos muito dinheiro tentando encontrar vida inteligente fora do planeta enquanto estamos cercados de inteligência consciente aqui no planeta. Se considerarmos que um polvo — que tem 500 milhões de neurônios (os humanos tem 100 bilhões) — consegue produzir consciência, estamos muito mais próximos de produzir uma consciência sintética do que pensávamos. É muito mais fácil produzir um modelo com 500 milhões de neurônios do que 100 bilhões. Ou seja, fazer esses modelos sintéticos poderá ser mais fácil agora.
Veja.com - Qual é a ambição do manifesto?
P. L. - Os neurocientistas se tornaram militantes do movimento sobre o direito dos animais? É uma questão delicada. Nosso papel como cientistas não é dizer o que a sociedade deve fazer, mas tornar público o que enxergamos. A sociedade agora terá uma discussão sobre o que está acontecendo e poderá decidir formular novas leis, realizar mais pesquisas para entender a consciência dos animais ou protegê-los de alguma forma. Nosso papel é reportar os dados.
Veja.com - As conclusões do manifesto tiveram algum impacto sobre o seu comportamento?
P. L.  - Acho que vou virar vegetariano. É impossível não se sensibilizar com essa nova percepção sobre os animais, em especial sobre sua experiência do sofrimento. Será difícil, adoro queijo.
Veja.com - O que pode mudar com o impacto dessa descoberta?
P. L. - Os dados são perturbadores, mas muito importantes. No longo prazo, penso que a sociedade dependerá menos dos animais. Será melhor para todos. Deixe-me dar um exemplo. O mundo gasta 20 bilhões de dólares por ano matando 100 milhões de vertebrados em pesquisas médicas. A probabilidade de um remédio advindo desses estudos ser testado em humanos (apenas teste, pode ser que nem funcione) é de 6%. É uma péssima contabilidade. Um primeiro passo é desenvolver abordagens não invasivas. Não acho ser necessário tirar vidas para estudar a vida. Penso que precisamos apelar para nossa própria engenhosidade e desenvolver melhores tecnologias para respeitar a vida dos animais. Temos que colocar a tecnologia em uma posição em que ela serve nossos ideais, em vez de competir com eles.
FONTE: Exame.com

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Afinal, o que é essa tal de Inteligência?

Antes de vocês lerem este texto interessante, curioso e bem humorado, três historinhas:
1)      Na metade da década de 60 conheci um individuo que tinha toda a característica de um bobo, pouco inteligente ou “rudo”, como diz certa professora de geografia. No entanto foi para os Estados Unidos, sem falar inglê,s e ganhou rios de dinheiro trocando pneus furados com uma rapidez digna de super homem.
2)      Garrincha foi considerado débil mental pela avaliação do teste de inteligência feito pelo psicólogo da seleção. Quase foi cortado. E deu no que deu.
3)      Quando atendia em São José do Rio Preto na clínica infantil, apareceu uma menina da área rural para avaliação de inteligência. De repente, um barulho de avião. Ela se levanta e vai à janela, curiosa. “Sabe o que é isto”? – perguntei. Diante da resposta negativa, parei o teste. Não tinha razão de aplicar teste abstrato para inteligência, quando ela não sabia o que era avião.

Afinal o Que é Inteligência?
Isaac Asimov - físico
Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada – no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP – Kitchen Police).
Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmente muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isto.
.
Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha?
Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele.Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamentos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.

Então imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico.

Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido.
Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal. A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo.
Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez. Ele adorava contar piadas. Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou:
“Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse segurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o balconista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o senhor acha que ele fez?”
Eu levantei minha mão e “cortei o ar” com dois dedos, como uma tesoura.
“Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir”
Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou: “Tô fazendo essa pegadinha com todos os clientes hoje.”
E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.
 
(tradução livre do original “What is inteligence, anyway?”)

“E muitos caíram?” perguntei esperançoso.
“Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar”.
“Ah é? Por quê?”
“Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto”

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Os Livros Sagrados das Religiões.

Os Livros Sagrados das Religiões.

Primeiro foi Torá, ou Talmude, dos judeus. A Bíblia, dos cristãos, inicialmente dividida em Antigo Testamento e Novo Testamento, tem uma nova roupagem pelos católicos: Primeiro e Segundo Testamentos. Maomé percebeu que as duas grandes religiões monoteístas do século VII tinham seus livros sagrados. Achou por bem tê-lo para o Islamismo. Veio Coraõ ou Alcorão. E para os hindus, qual seria?

Foi em 2003 que comecei um Curso de Filosofia à Maneira Clássica. Era uma época de efervescentes estudos e contato com grandes autores da filosofia. Entre os livros que me eram desconhecidos, um me chamou muito a atenção. Fez-me lembrar de “Imitação de Cristo”.

Bagavadguitá, também conhecido pela grafia Bhagavad-Gita "Canção de Deus" é um texto religioso hindu. Faz parte do épico Maabárata, embora seja de composição mais recente que o todo deste livro. Na versão que o inclui, o Maabárata é datado no Século IV a.C..
O texto, escrito em sânscrito, relata o diálogo de Krishna (uma das encarnações de Vixnu) com Arjuna (seu discípulo guerreiro) em pleno campo de batalha. Arjuna representa o papel de uma alma confusa sobre seu dever, e recebe iluminação diretamente do Senhor Krishna, que o instrui na ciência da auto-realização. No desenrolar da conversa são colocados pontos importantes da filosofia indiana, que incluía já na época elementos do bramanismo e do Sankhya. A obra é uma das principais escrituras sagradas da cultura da Índia, e compõe a principal obra da religião Vaishnava, popularmente conhecida como movimento Hare Krishna e difundida a partir de 1965 no ocidente por Bhaktivedanta Swami Prabhupada.
A obra foi traduzida e comentada pelo erudito indiano, dando origem ao Bhagavad-Gita - Como ele é, contendo os principais ensinamentos da dogmática vaishnava e instruções do serviço devocional a Críxena segundo os preceitos da Sociedade Internacional pela Consciência Krishna, a ISKCON. Nestes preceitos, o livro apresenta a ciência da auto-realização e da consciência em Críxena através do serviço devocional e da bhakti-yoga.
O Bagavadguitá é a essência do conhecimento védico da Índia e um dos maiores clássicos de filosofia e espiritualidade do mundo. A filosofia perene do Bagavadguitá tem intrigado a mente de quase todos os grandes pensadores da humanidade, tendo influenciado de maneira decisiva inúmeros movimentos espiritualistas.
Eis algunas ensinamentos:
tudo o que acontece em nossa vida não é bom nem mau .tudo é consequência de nossos próprios atos.
quem não consegue dominar os seus sentidos e seus desejos,nunca conseguirá dominar sua própria mente
inevitável é a morte para os que nascem,todo  o morrer é um nascer. Pelo que não deves entristecer te por causa do inevitável
da ira vem a ilusão,a ilusão turba a memória, esta,  confundida,  desbarata a inteligência e quando esta se destroi cai-se de novo no poço
por que te preocupas sem motivo? A quem temes, sem razão? Quem poderia te matar? A alma não nasce e nem morre.
que trouxeste contigo? E que achas que perdeste? Não deste nada. Não trouxeste nada contigo. Qualquer coisa que possuas, recebeste aqui.
teus e meus, grandes e pequenos. Apaga essas coisas de tua mente.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Afeto x amor.Cântico dos Cânticos. Passageiros.

Já falei com meus leitores sobre o importnte trabalho da BHTrans com a UFMG ao colocar belos textos para leitura nos ônibus. Publiquei aqui alguns poemas. Hoje, são três amostras. Uma, de uma psicóloga, sobre as difrença entre amor e afeto. A outra sobre um livro da Bíblia que descobri quando estudava no Seminário e me alvoroçou todo. O Cântico dos Cânticos, de Salomão. Este Salomão sabia falar bem da amada. Certa vez tirei a idéia dele e perpetrei uma poesia sobre isto. Ainda coloco aqui, se tiver coragem. O terceiro é um "Benvindo aos Passgeiros", e que me fez lembrar desta propaganda que via nos bondes em Juiz de Fora:
"Olha que belo tipo faceiro, o senhor tem ao seu lado. No entanto, acredite, quase morreu de bronquite. Salvou -o o Rum Clorosado(?. Seria clorosado ou algo que o valha).  Leiamos e desfrutemos.

AfetividadeClara Feldman

Afeto, afeição, afeiçoar, afetividade, afetivo, afetuoso. Segundo os dicionários são termos associados ao sentimento de carinho e amizade que nutrimos por alguém; à estima, amor, inclinação, simpatia; à afinidade, à ligação espiritual com alguém ou alguma coisa.

Dentre todas as definições, a que mais chama a atenção é aquela que fala de conexão, ligação, relação. É esse sentido da palavra que nos leva a indagar: seria possível nos conectarmos, nos ligarmos e nos relacionarmos de maneira positiva com uma pessoa sem nutrir afeição por ela? Sem que ela nos desperte algum tipo de afetividade?

Outra questão interessante seria: por que afeto e não amor? Na linguagem cotidiana, as palavras amor e afetividade têm conotações diferentes. Em geral, quando falamos de amor estamos falando de um sentimento de alta intensidade, muitas vezes ligado à relação amorosa que se estabelece entre as pessoas (na maioria das vezes do sexo oposto, mas também entre pessoas do mesmo sexo) e que pode incluir a atração e o contato físico. Ou amor pode referir-se ao sentimento experimentado por pessoas que convivem de maneira muito próxima, dentro ou fora dos laços sangüíneos e familiares. Ou o termo pode ainda aludir a uma comunhão, de natureza espiritual ou religiosa, com todos os seres humanos e com o universo – é o amor cósmico, universal ou cristão (esse último expresso pelas frases “amai-vos uns aos outros” ou “ame ao próximo como a ti mesmo”).

No nosso contexto, podemos empregar um ou outro termo. O essencial é querer bem ao outro e querer o bem do outro.

Cântico dos Cânticos.

Beije-me ele com os beijos da sua boca;
porque melhor é o seu amor do que o vinho.
Para cheirar são bons os seus ungüentos;
como ungüento derramado é o teu nome;
por isso as virgens te amam.
O meu amado é para mim um ramalhete de mirra;
morará entre os meus seios.
Como um cacho de Chipre nas vinhas de En-Gedi
é para mim o meu amado.
Eis que és formosa, ó amiga minha,
eis que és formosa; os teus olhos
são como os das pombas.
Eis que és gentil e agradável, ó amado meu;
O nosso leito é viçoso.
Qual o lírio entre os espinhos,
tal é a minha amiga entre as filhas.
Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs
porque desfaleço de amor.
A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça,
e a sua mão direita me abrace.
O meu amado fala e me diz: Levanta-te, amiga minha,
formosa minha, e vem.
Quem é esta que sobe do deserto,
como colunas de fumo, perfumada de mirra,
de incenso, e de toda a sorte de pós aromáticos?

Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que, se achardes o meu amado, lhe digais que estou enferma de amor.

Benvindos, senhores passageiros.

Nicolas Behrboa viagem meus amigos
que todos os dias
pegam esses ônibus lotados
que vão para taguatinga,
gama, planaltina...

boa viagem meus amigos
que vão em pé, sentados,
dormindo

sonhando chegar em casa
antes da novela começar

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Filho único dá problema?

 
 Em "Manual de Psicologia Infantil", Isabel Adrados era minha guia para fazer orientações de pais que me chegavam ao consultório, no inicio da décda de 70. Ainda que não colocasse nos próprios filhos únicos a responsabilidade por serem "problemáticos" (reforçava, sim, a importância dos pais para que isto acontecesse), havia no minimo um certo desconforto quanto ao filho único. Os tempos mudaram, as pesquisas vieram e um novo conceito tem aparecido entre os profissionais. É isso que vamos tratar aqui hoje. O Filho ùnico. (Se alguem quiser ver um filme maravilhoso, tratando deste tema, não perca "O Quarto do Filho". Levem lenços de papel.).

 

Estigmatizados, filhos únicos não são necessariamente mimados e egoístas.

Heloísa Noronha

  • Até bem pouco tempo atrás –duas ou três gerações– o filho único sofria uma espécie de estigma social, que praticamente conduzia toda a sua vida. Esperava-se que a criança sem irmãos tivesse de ser tímida, reservada, introvertida e, na pior das hipóteses, egoísta e mimada. "Era como se houvesse algum determinismo que marcasse a vida desse ‘ser diferente’ para sempre”, diz o pediatra Moises Chencinski.  "As bases culturais e sociais se transformaram, o mundo evoluiu e isso trouxe mudanças de parâmetros. O que há séculos era considerado ruim, de repente se transformou em exemplo", diz, referindo-se ao fato de que, hoje, os filhos únicos adquiriram qualidades como extroversão e autossuficiência.
A polêmica e as conceituações vêm de longa data: em 1896, com a publicação de seu livro "Of Peculiar and Exceptional Children", o psicólogo norte-americano Granville Stanley Hall influenciou gerações de pesquisadores com suas ideias sobre a pouca sociabilidade e superproteção de quem crescia sem irmãos. "A obra corroborava a ideia de que ser filho único indicava propensão a um determinado tipo de comportamento: fragilidade, timidez, tirania com os familiares, dificuldade de adaptação na sociedade e rebeldia, entre outros", explica Moises Chencinski. A convivência apenas com adultos poderia levar a um amadurecimento intelectual mais precoce, com ideias e vocabulário muito além da idade. Em vez de facilitar, esse avanço dificultaria a adaptação da criança em um grupo de mesma faixa etária, até pela rejeição do próprio círculo.

As mudanças comportamentais trataram de invalidar tais teorias. É bom destacar que, num passado não tão distante, as famílias costumavam ser numerosas e a ocorrência de um só herdeiro não era bem vista e até caracterizada como "problema". "Ser filho único era quase um sinônimo de isolamento”, afirma a psiquiatra Ivete Gianfaldoni Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Trabalhos recentes já demonstram uma nova tendência. Um estudo com mais de cem mil pessoas realizado pela universidade de Essex, na Grã-Bretanha, coordenado pela pesquisadora Mas Gundi Knies, revela que filhos únicos são mais felizes do que os que têm irmãos. Entre as principais razões para essa mudança estariam a não necessidade de batalhar pela atenção dos pais e a consequente diminuição da ansiedade, a ausência da pressão de irmãos mais velhos (muitas vezes na forma de "bullying") e o investimento mais intenso em sua educação –com a diminuição dos custos dos estudos, é possível optar por escolas de melhor qualidade e investir em cursos de idiomas, música, artes etc. Tudo isso, evidentemente, torna a criança mais capacitada intelectualmente para encarar o futuro profissional.

As velhas acusações de que filhos únicos são egoístas e mimados estão cada vez mais ultrapassadas. "Como agora mais mães trabalham fora, a atenção dos pais passa a não ser exclusiva do filho e ele já é obrigado, desde cedo, a aprender a dividir”, afirma Moises Chencinski. Além disso, se antes as crianças só encaravam a escola com seis anos de idade, hoje é comum que frequentem creches e berçários muito cedo, com menos de um ano –às vezes, assim que se encerra o período de licença-maternidade da mãe, que vai de quatro a seis meses.

Independência, autonomia e autossuficiência são características exercidas diariamente nas escolinhas. "As crianças passam desde cedo a ter uma rede social mais ampla do que em tempos passados, quando o aprendizado inicial das relações se dava basicamente no ambiente familiar", afirma a psiquiatra Ivete Gianfaldoni Gattás. "Os amigos fazem as vezes dos irmãos de antigamente", completa a especialista da Unifesp, lembrando de uma consequência que acaba ressoando por toda a vida.

Para Miriam Ribeiro de Faria Silveira, diretora do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), a convivência precoce com outras crianças modifica o comportamento, por isso observamos menor dificuldade de sociabilização, timidez e introspecção. “Não é garantia total de desenvolvimento, mas os seres humanos costumam aprender por observação e repetição, daí a importância de se conviver com outras crianças. Essa convivência é muito rica e estimula o desenvolvimento neuropsíquico e motor”, diz.

Longe das salas de aula, porém, são as atitudes dos pais que têm o poder de determinar se vai haver espaço para egoísmo, mimo, narcisismo etc. “Os pais de um filho único deverão ficar mais atentos para não dar origem à falsa ilusão de 'eu sou o rei' e 'eu posso tudo', já que no mundo externo à sua casa ele será apenas mais um”, explica Ivete Gattás. Ela afirma que os filhos, sejam eles únicos ou múltiplos, devem ser sempre pensados individualmente, cada um com sua personalidade, preferências, habilidades e dificuldades.

Para o pediatra Moises Chencinski, ser o centro das atenções, receber todos os cuidados e ser o portador de todas as esperanças da família pode ter seu lado bom, se as metas são atingidas, ou ruim, se houver qualquer tipo de percalço que interfira nesse sucesso. “Esse resultado final poderá depender de como os pais encaram essa relação e do tipo de empenho e expectativas que depositam na criança, já que a educação de um filho único pode ser mais complexa ou mais simples do que a de irmãos em uma família mais numerosa.”

Em alguns casos, o excesso de atenção pode gerar mais segurança para essa criança e, em outros, mais cobranças. “Proteção é importante. Suporte é fundamental. Amor, carinho e atenção, indispensáveis. Esse conjunto formará um vínculo adequado. O excesso ou a falta de algum desses ingredientes promoverá desequilíbrio, quer seja em filhos únicos ou não. É importante estar atento aos sinais que toda criança passa, mesmo através do silêncio", diz Moises Chencinski.